Título: BULGÁRIA E ROMÊNIA À ESPERA DE DECISÃO DA UE
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Fonte: O Globo, 21/09/2006, O Mundo, p. 35

Antigos países do Pacto de Varsóvia têm problemas para entrar no bloco europeu

SÓFIA. Enquanto a população se revolta na Hungria por um discurso em que o primeiro-ministro disse que mentiu sobre a economia do país para chegar aos padrões exigidos pela União Européia, cidadãos das vizinhas Bulgária e Romênia aguardam ansiosamente a chance de entrarem no bloco. A Comissão Européia (CE) decidirá no próximo dia 26 se os dois ex-integrantes do Pacto de Varsóvia se unirão à UE ano que vem.

Em maio, a CE alertou búlgaros e romenos que a entrada dos países na UE poderia ser adiada caso diversos fatores não fossem corrigidos. Entre as exigências estava o endurecimento da luta contra o crime organizado, a pirataria, a corrupção e até mesmo a pobreza.

- Foi visto no caso dos dez países que entraram na UE em 2004 que, uma vez no bloco, as reformas se tornaram mais lentas. Isso pode voltar a ocorrer - disse um diplomata de um país da UE. - Assim, a UE tem que pressionar para que eles façam tais reformas agora.

Muita coisa ainda resta para ser feita nos dois países. Na Bulgária quase metade da população de 7,8 milhões vive com menos de 2 (R$5,40) por dia. Isso apesar do aumento de 40% nos salários entre 2001 e 2005. O poder de compra no país é menor hoje do que no período do comunismo. A Bulgária também enfrenta o crime organizado e uma pirataria desenfreada.

No caso da Romênia, o maior temor de membros da UE é uma possível invasão de seus países por imigrantes romenos. O PIB per capita é apenas um terço da média da UE e o salário médio é de 200 (R$540). O país de 22 milhões de habitantes tem um grande número de imigrantes em países como Espanha, Portugal e Itália. Ontem, o ministro do Trabalho disse que uma possível entrada na UE não criaria uma onda de imigrantes.

- Os romenos são muito ligados a suas famílias. Cerca de 90% dos romenos que trabalham fora voltam para o país - disse o ministro, Gheorghe Barbu.