Título: INFLAÇÃO PELO IPCA-15 CAI PARA 0,05%
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 22/09/2006, Economia, p. 33

Em 12 meses, índice é de só 3,69%, bem abaixo da meta oficial para 2006

RIO e SÃO PAULO. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou para 0,05% em setembro, ante 0,19% em agosto, de acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA-15 acumula 1,92% e, nos últimos 12 meses, apenas 3,69%. Nos meses de julho, agosto e setembro, o indicador ficou em 0,22%.

A taxa de 0,05% ficou abaixo do esperado pelo mercado. Economistas consultados pela agência de notícias Reuters projetavam 0,13% para setembro. O IPCA-15 é um índice importante porque antecipa o IPCA cheio, que, por sua vez, orienta o sistema de metas de inflação do governo. Para este ano, a meta é de 4,5%. A diferença entre os dois índices está no período de coleta dos preços. Enquanto o IPCA cobre um mês cheio, o IPCA-15 encerra a pesquisa no meio do mês. O índice deste mês teve a coleta feita de 15 de agosto a 12 de setembro.

Com a divulgação do resultado, algumas instituições alteraram suas previsões para o ano. A Fecomércio-RJ, por exemplo, revisou para baixo, entre 3,0% e 3,5%, o IPCA de 2006 - que estava entre 3,5% e 4,0%.

Alimentos e transportes registram deflação no mês

O recuo do índice foi influenciado pela queda nos preços de alimentação e bebidas (de 0,18% para -0,06%) e transportes (de 0,23% para -0,38%). A gasolina, que subiu 0,46% em agosto, ficou 0,38% mais barata; e o álcool caiu 2,59%, ante alta anterior de 1,87%. Nos alimentos, ficaram mais em conta, por exemplo, a cebola (18,31%) e a batata inglesa (11,81%).

Outros itens, como remédios (-0,26%), eletrodomésticos (-0,28%), artigos de higiene pessoal (-0,55%) e limpeza (-0,37%), também recuaram. Já a maior pressão no IPCA-15 veio da alta de 1,97% nos salários dos empregados domésticos.

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas de Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.