Título: CANDIDATOS DIZEM O QUE MUDARIAM, SE ELEITOS
Autor: Rogério Daflon
Fonte: O Globo, 24/09/2006, O País, p. 25

Falta de articulação com o governo federal e desunião da bancada são criticadas

Líder nas pesquisas de opinião na disputa pelo governo do estado, Sérgio Cabral Filho, do PMDB, é o mais inibido dos candidatos quando o assunto é questionar a governadora Rosinha Garotinho, que o apóia. Mas, quando perguntado se a relação da governadora com o presidente atrapalhou a vinda de investimentos do governo federal para o Rio, ele não titubeia:

¿ Atrapalhou muito.

O senador Sérgio Cabral também ressalta que a bancada do Rio não foi das mais unidas no Congresso Nacional. Houve uma exceção, segundo ele.

¿ Na questão da construção da refinaria, a bancada se uniu e deu certo. Temos que pegar esse exemplo e agir assim daqui para frente. Se eu for eleito, vou querer, como governador, intenso convívio com a nossa bancada para trazer esses investimentos ¿ afirmou Cabral.

Denise Frossard (PPS) não poupou a governadora:

¿ Os baixos investimentos do governo federal, sobretudo em 2003, têm a ver com a incapacidade do governo do estado de atuar politicamente. Eu esperava ter pelo menos uma reunião por mês com o governo do estado. A bancada do Rio não age como uma bancada, não há uma ligação com o governo, o Executivo tem de ter uma relação republicana com a bancada.

A candidata também responsabilizou o ex-governador Anthony Garotinho.

¿ Na minha área, que é a de segurança, os investimentos foram pífios, os secretários de Segurança Pública do governo federal sempre foram destratados. Garotinho, como secretário de Segurança, os recebeu e, nas frentes das câmeras de TV, constrangeu alguns deles, fazendo provocações desnecessárias ¿ recordou Denise Frossard.

Para o senador Marcelo Crivella, candidato do PRB ao governo do estado, a desunião da bancada do Rio no Congresso Nacional é mesmo algo flagrante.

¿ Infelizmente nossa bancada federal não é única, são três: o grupo do prefeito, do governo do estado e do presidente da República. Nós somos o segundo grande arrecadador em Imposto de Renda, e quando vamos olhar as transferências voluntárias, nós desabamos: o Rio é o único que recebe menos 5% do que arrecada ¿ afirmou Crivella.

Ele disse que, no Senado, o peso da pressão é menor, já que existem três senadores por estado.

¿ É na Câmara que essa coisa se resolve, e o Rio tem a terceira maior bancada, são 46 parlamentares. É realmente frustrante como é que os nossos recursos são poucos.