Título: Tucano defende obra no Rio São Francisco
Autor: Adelson Barbosa
Fonte: O Globo, 25/09/2006, O País, p. 4

Tucano muda o tom sobre transposição

Antes de deixar João Pessoa para viajar a Campina Grande, o candidato Geraldo Alckmin defendeu o polêmico projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. Ele disse que a obra, defendida também pelo presidente Lula, precisa ser retomada. O tucano prometeu que, se eleito, tornará o projeto realidade, ¿especialmente no trecho que vem para a Paraíba¿.

A uma semana da eleição, Alckmin mudou a tônica de seu discurso. Apesar de sempre ter se declarado favorável à transposição, o candidato tucano no início do ano defendia a revitalização do velho Chico:

¿ Antes de se pensar em transposição é preciso revitalizá-lo, com investimentos em tratamento de esgoto, desassoreamento e a recuperação de toda a bacia hidrográfica ¿ afirmou Alckmin durante visita, em janeiro passado, a Pernambuco, quando ainda era pré-candidato.

Em maio, durante encontro com o senador Tasso Jereissati, o candidato tucano criticou a morosidade do governo Lula na implantação do projeto de transposição e voltou a defender a revitalização, com realização de obras de saneamento. Ele disse estranhar o fato de haver obras paralisadas por falta de recursos e o governo insistir na transposição, que custará bilhões.

Em agosto, durante encontro na Bahia com o senador Antonio Carlos Magalhães, que é contra o projeto, e com o governador Paulo Souto, o candidato do PSDB Alckmin disse não ver problema técnico na transposição do São Francisco proposta pelo governo Lula:

¿ Aliás, quero deixar claro que a minha posição é favorável à transposição. O que nós vamos fazer é revitalizar o rio, tratar esgoto, recompor matas ciliares, fazer desassoreamento e hidrovias. Não vejo problemas na transposição.

Ontem, Alckmin disse que o estado ¿precisa de água, água, água, água para beber. Precisa de água para irrigação e para as atividades econômicas.¿ Segundo ele, a transposição é necessária:

¿ Temos muitas obras menores paradas. É preciso terminá-las, para, depois, avançar com a transposição.