Título: SENSUS: ALCKMIN CRESCE, MAS LULA VENCE NO 1º TURNO
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 27/09/2006, O País, p. 13

Petista teria hoje 51,1% e tucano estaria com 27,5%

BRASÍLIA E RIO. O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, cresceu, mas não o suficiente para levar as eleições ao segundo turno, de acordo com pesquisa do Sensus encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve-se estável em relação à pesquisa de agosto do mesmo instituto e tem hoje 51,1% das intenções de voto. Alckmin cresceu oito pontos percentuais no mesmo período e tem agora 27,5%.

O crescimento do tucano ocorreu por causa da perda de intenções de voto da candidata do PSOL, Heloísa Helena - que tinha 8,6% em 25 de agosto e agora tem 5,7% - e do avanço sobre os indecisos, que passaram de 17,7% para 13,5%. O candidato do PDT, Cristovam Buarque, tem 1,4%; os outros candidatos juntos (Ana Maria Rangel, do PRP, José Maria Eymael, do PSDC, Luciano Bivar, do PSL, e Rui Costa Pimenta, do PCO) somam 0,9%. Indecisos, votos em branco e nulos somam 13,5%.

A pesquisa CNT/Sensus, realizada de 22 a 24 de setembro, está registrada no TSE sob o número 19.329. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

Em caso de segundo turno com Alckmin, Lula teria 55,5%, contra 33,7% do candidato do PSDB. Na pesquisa anterior, Lula teria 56,7% e Alckmin, 30,8%. Se o adversário de um eventual segundo turno fosse Heloísa, Lula teria 59,7%, e ela, 25,4%.

Sensus: 41% não tomaram conhecimento de dossiê

O escândalo da compra do dossiê Vedoin, segundo a pesquisa, não abalou a posição de Lula. Perguntados se mudariam o voto por causa do escândalo, apenas 3,2% dos entrevistados disseram que sim, deixando de apoiar o presidente; 27,7% responderam que vão manter o voto em Lula; 22,8% não vão mudar porque já não iam votar no presidente; 5,4% não souberam responder e 41% não tomaram conhecimento do episódio.

- Esses 3,2% não são suficientes para gerar segundo turno. Sobretudo se considerarmos que um número elevado, 59,1%, tomou conhecimento do episódio do dossiê Vedoin - disse o cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus.

Alckmin chamou de escandalosa a pesquisa CNT/Sensus.

- Eu só falo de coisa séria. Você acredita (na pesquisa)? É escandalosa. Anota este número e domingo você vai ter a resposta - disse Alckmin, antes da entrevista com cerca de 20 correspondentes estrangeiros, no Rio.

Na entrevista, porém, o candidato amenizou a crítica:

- A pesquisa publicada hoje (nesta terça) já é velha porque retrata ontem. Não é manipulação dos institutos, mas as mudanças são tão fortes que eles não pegam.

COLABOROU Paula Autran