Título: CORRUPÇÃO FICA EM SEGUNDO PLANO NO PENÚLTIMO PROGRAMA ELEITORAL NA TV
Autor: Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 27/09/2006, O País, p. 14
Lula e Alckmin preferem se concentrar na apresentação de propostas
No penúltimo programa do horário eleitoral gratuito, ontem à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de lado o tema da corrupção e dos escândalos que envolveram seus assessores e petistas. Usou o programa para apresentar propostas. Seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin, também não falou do mensalão ou do falso dossiê. Deixou o assunto para o locutor e mostrou seu programa de governo. A propaganda eleitoral acaba amanhã, no primeiro turno.
O presidente procurou convencer o eleitor que recebeu dos tucanos um país em crise, com instabilidade econômica e desemprego alto e que seu governo mudou esse quadro. Os locutores exaltaram números, como a redução da pobreza em 19% e a criação de 7,5 milhões de novos empregos.
- Caso eu seja reeleito criar empregos será uma obsessão ainda maior para mim. Com uma grande diferença: já consertamos a economia e agora temos muito mais experiência de como atingir essa meta - disse Lula, que prometeu reduzir os impostos e os juros e montar uma equipe competente.
- Não tenho dúvida de que posso fazer um governo ainda melhor. E um dos caminhos para isso é montar uma boa equipe. Irei buscar novos colaboradores onde houver gente séria, competente e com vontade de fazer um Brasil melhor.
O programa de Alckmin usou mais uma vez um tom jornalístico, mostrando a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos com R$1,7 milhão que seria usado para comprar um dossiê. Também montou o organograma da crise, com seus personagens e a ligação deles com o presidente. E cometeu um deslize: disse que os dólares carregados por ambos entraram ilegalmente no país, quando a polícia informou ontem o contrário.
O tucano fez promessas nas áreas de saúde e segurança, prometeu ampliar programas sociais e baixar impostos para reduzir, por exemplo, o preço do transporte público.
- Vou fazer o que o Lula não fez, botar as Forças Armadas para policiar as fronteiras - atacou Alckmin, que mostrou ter apoio de candidatos líderes nas pesquisas em todo o país.