Título: EDUCAÇÃO FINANCIADA POR EXPORTAÇÕES
Autor: Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 27/09/2006, Economia, p. 26
Para analista, América Latina deve buscar competitividade usando ganhos na China
Os países da América Latina deveriam pensar mais a longo prazo suas relações com a China. E aproveitar o alto patamar em que se encontram os preços de commodities - graças, sobretudo, ao vigor da economia chinesa - para investir em educação, ciência e tecnologia. Ou seja, investir na competividade da economia. Essa é a visão de Jane Skanderup, do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês), um dos mais importantes institutos de pesquisa dos EUA.
Skanderup veio ao Brasil como parte de um projeto do CSIS para avaliar as relações entre China e América Latina. Ela destacou que a abertura econômica da China foi o mais importante evento político e econômico do mundo nos últimos cem anos. E que seu impacto ainda se fará sentir por pelo menos outros 25 anos.
- A América Latina não pode só pensar nos ganhos do mercado exportador a médio prazo. É preciso buscar uma aproximação duradoura com a China, inclusive política - disse Skanderup, em palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
A especialista reconheceu, porém, que há uma certa desilusão, na América Latina, com as promessas de investimentos chineses, principalmente na área de infra-estrutura.
- Nenhum yuan foi investido ainda. Há alguns projetos no Equador, mas que envolvem recursos de Hong Kong.
Skanderup garantiu ainda que o governo americano vê com bons olhos uma maior presença da China na região.