Título: EUA despencam no ranking e Suíça chega ao topo em competitividade
Autor: Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 27/09/2006, Economia, p. 26

Tropeço americano está ligado a déficit público elevado. Equilíbrio ajuda os suíços

SÃO PAULO. A Suíça desbancou os Estados Unidos do topo do ranking das nações mais competitivas elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM). Mais do que o salto da economia suíça da quarta posição, em 2005, para a primeira este ano, o que surpreendeu foi o tombo dos Estados Unidos para o sexto posto da lista. Pelo Relatório de Competitividade Global 2006-2007, o tropeço americano está associado ao mau desempenho macroeconômico, especialmente ao déficit público de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de riquezas geradas pelo país) e ao elevado endividamento do governo, de 62,9% do PIB.

"Se a Suíça se beneficia do equilíbrio de seus fatores macroeconômicos, institucionais e empresariais, os EUA pagam o preço do déficit público, embora ainda se mantenham entre os mais competitivos", diz o FEM.

Como nos últimos anos, os países nórdicos estão em posições de destaque no ranking, com a Finlândia (segundo lugar), Suécia (terceiro) e Dinamarca (quarto), por acumularem superávits comerciais e terem dívidas públicas abaixo da média européia. Políticas fiscais conservadoras garantem a esses países investimentos em educação, infra-estrutura e em serviços sociais de qualidade. Já Angola entrou este ano, no último lugar.

Chile mantém liderança na América Latina

Na América Latina, o campeão de competitividade ainda é o Chile, que se manteve em 27º. "Sua posição não é só reflexo de instituições sólidas, que já apresentam níveis de transparência e abertura acima da média européia, mas também da presença de mercados eficientes, relativamente livres de distorções", diz o relatório, que classifica de altamente competente a gestão macroeconômica chilena.

A falta de instituições com credibilidade e transparência, conclui o FEM, continua sendo empecilho significativo ao progresso econômico da maioria dos países latino-americanos.