Título: CRIAÇÃO DE VAGAS EM 2005 CHEGOU A 1,8 MILHÃO
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: O Globo, 28/09/2006, Economia, p. 29

Número de postos abertos durante o governo Lula, que prometera 10 milhões de postos, chegou a 5,7 milhões

BRASÍLIA. O governo anunciou ontem que foi criado no ano passado 1,831 milhão de empregos com carteira assinada no país, o que representa uma expansão de 5,83%, segundo melhor desempenho em 20 anos de série histórica da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Os dados também revelaram que houve uma elevação do salário médio dos trabalhadores - que chegou a R$1.135,35 por mês, aumento real de 2,14% - e redução da disparidade de renda entre homens e mulheres.

Entre janeiro de 2003 e agosto de 2006, foram abertas 5,762 milhões de vagas. Ao anunciar os números, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o governo vai criar 8,5 milhões de ocupações - entre empregos com carteira assinada, funcionários públicos, autônomos e informais - nos quatro anos de mandato do presidente Lula. A promessa do então candidato Lula na campanha de 2002 era criar dez milhões de empregos.

Na conta do ministro, além das vagas formais entre 2003 e 2006, que somam a Rais ao Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), está contabilizado 1,9 milhão de outras ocupações - autônomos e informais, principalmente - apurado, entre 2003 e 2004, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

- Já criamos 7,6 milhões de ocupações e estamos melhorando o mercado de trabalho no Brasil, pois o crescimento do emprego formal está maior do que as outras ocupações.

Em 2005, todos os setores da economia geraram vagas. Só o setor de serviços abriu 609,5 mil postos de trabalho. Em seguida vieram a administração pública (444,1 mil), o comércio (417,9 mil) e a indústria de transformação (206,6 mil). A maior expansão foi na construção civil: 11,34%.

A geração de empregos, no entanto, foi desigual. Entre as pessoas de menor escolaridade - analfabetas ou com o ensino fundamental incompleto - houve redução de 211.718 vagas formais, enquanto foram abertos 556.727 postos para pessoas com nível superior. O crescimento mais acentuado (9,76%) foi para os mais velhos, entre 50 e 64 anos, mais que o dobro do registrado para trabalhadores entre 18 e 24 anos (4,3%).

A Rais revelou diminuição da diferença de salários entre homens e mulheres, que receberam 82,1% do contracheque dos colegas do sexo masculino, contra 81,2% em 2004. A maior diferença ainda ocorre entre os trabalhadores com grau superior completo. Neste grupo, as mulheres recebem apenas 56,94% do salário dos homens.

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