Título: MINISTROS SE REÚNEM NO PRÓXIMO DIA 9
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Fonte: O Globo, 28/09/2006, Economia, p. 33
Villegas e Silas Rondeau tentarão chegar a acordo sobre permanência da Petrobras na Bolívia
BUENOS AIRES. Os governos do Brasil e da Bolívia se reunirão no próximo dia 9 de outubro, em La Paz, para tentar chegar a um acordo que garanta a permanência da Petrobras no país. Embora autoridades do governo Evo Morales tenham manifestado sua intenção de acelerar o andamento das negociações, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, confirmou ontem que sua reunião com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, será na data inicialmente prevista.
- Hoje (ontem) foi realizado um encontro entre técnicos bolivianos e da Petrobras. Na semana que vem, haverá outra reunião técnica, e no dia 9 de outubro esperamos a visita do ministro Silas Rondeau - afirmou Villegas, que ontem conversou com o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas.
Segundo confirmaram fontes da Petrobras, Freitas explicou ao ministro Villegas todas as observações feitas pela estatal brasileira ao modelo de contrato elaborado pelos técnicos bolivianos. O novo contrato entre a Petrobras e o governo Morales deve ser assinado antes do dia 28 de outubro. Caso contrário, a empresa seria obrigada a abandonar o país, como estabelece o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, aprovado em maio passado.
- O governo boliviano nos apresentou um modelo de contrato e nós fizemos muitas observações - afirmou a fonte.
Escassez de combustível continua em Santa Cruz
Villegas informou, ainda, que no próximo dia 10 de outubro será divulgado o resultado das auditorias que estão sendo realizadas em todas as companhias petrolíferas que operam na Bolívia.
- Essa informação será muito útil para a Bolívia nas negociações - assegurou o ministro boliviano.
Durante uma visita a Santa Cruz de la Sierra, Villegas mostrou-se preocupado pela escassez de combustível na região e afirmou que será realizada uma severa investigação "já que o contrabando de carburantes para o Brasil estaria provocando sério prejuízo aos motoristas desta cidade". O governo já havia pedido à Petrobras que entregasse mais mil metros cúbicos por dia à região, para garantir o abastecimento.