Título: Datafolha: disputa vai para segundo turno no Rio
Autor: Mariza Louven/Cláudia Lamego
Fonte: O Globo, 29/09/2006, O País, p. 13

Cabral cai três pontos e tem somente 45% dos votos válidos; Frossard e Crivella estão tecnicamente empatados

Na primeira pesquisa de intenção de votos realizada depois do debate da TV Globo, o candidato do PMDB ao governo do Rio, Sérgio Cabral, perdeu três pontos, passando de 43% para 40%, e deve disputar o segundo turno. Segundo a consulta do Datafolha, divulgada ontem pela TV Globo, a dúvida ainda é sobre quem será o adversário do peemedebista: Denise Frossard (PPS) subiu dois pontos, de 19% para 21%, mas está tecnicamente empatada com Marcelo Crivella (PRB), que subiu quatro pontos, indo de 15% para 19%.

Eduardo Paes (PSDB) manteve os 4% da pesquisa anterior. Já Vladimir Palmeira, em quinto lugar, caiu um ponto e está com 2%. O total de votos em branco e nulos chega a 5% e os indecisos somam 6%. Carlos Lupi (PDT), Milton Temer (PSOL), Luiz Novaes (PSDC), Alexandre Furtado (PSL) e Eliane Cunha (PRP) alcançaram 1%, cada. Thelma Maria (PCO) não atingiu 1%.

Se a eleição fosse hoje, Cabral teria 45% dos votos válidos. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisaria ter 50% dos votos válidos (excluídos os brancos e nulos) mais um. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, Cabral teria, no máximo, 48% dos válidos. Frossard, em segundo, tem 23% dos válidos e Crivella, 21%. Eduardo Paes vem em seguida, com 4%; e Vladimir Palmeira tem 3%. Os demais candidatos, juntos, somam 5% dos válidos. Na pesquisa anterior Cabral obteve 50% dos válidos contra 22% de Frossard e 18% de Crivella.

Cai a diferença entre Cabral e Frossard no segundo turno

Na simulação de segundo turno entre Cabral e Frossard, o peemedebista ganharia por 53% a 35%, uma diferença de 18 pontos percentuais. Esse número era maior no levantamento anterior, no qual Cabral tinha 55% e Frossard, 34%. A taxa dos que votariam em branco ou anulariam o voto se manteve em 8% e a de indecisos permaneceu em 4%.

Cabral também ganharia de Crivella, por 56% a 30%. Nessa simulação, Cabral caiu em relação à pesquisa anterior, na qual o placar era de 58% a 27%. Votos em branco ou nulos chegam a 11% e 3% estão indecisos.

A pesquisa foi registrada no TRE com o número 70622/2006. O Datafolha ouviu 1344 eleitores no dia 27 de setembro, em 39 municípios.

Cabral desqualificou a pesquisa, dizendo que ela está "totalmente furada". Embora não questione a idoneidade da instituição, ele diz que houve um equívoco do Datafolha.

- Ou a pesquisa foi feita no dia anterior ao debate da TV Globo ou houve algum equívoco estatístico e não pegaram o efeito do debate com capilaridade em todo o estado. Não acredito em segundo turno. Fui muito bem no debate. Eu não tenho só aqueles números e os números dos meus adversários são muito menores. A pesquisa DataFolha não expressa o que estamos vendo nas ruas.

Mais uma vez, Denise Frossard informou, por meio de assessoria, que não comentaria a pesquisa.

Já Crivella disse que o resultado da pesquisa teria sido muito melhor se todas as entrevistas tivessem sido feitas após o debate.

- Parece que parte foi realizada antes e parte depois da pesquisa. O resultado teria sido outro, com queda ainda maior do Cabral e uma subida muito maior minha - disse. - Confio na virada rumo à vitória. Estamos comemorando o segundo turno e a segunda posição, que conquistaremos no domingo.

Eduardo Paes também disse que a pesquisa não capturou o clima do eleitorado pós-debate, mesmo tendo sido feita no dia seguinte ao encontro dos candidatos na Globo.

- Senti na rua, principalmente hoje (ontem), uma modificação bastante grande em relação ao debate. Mantemos a luta, seguimos em frente. Tenho recebido manifestações positivas. Ainda estou otimista e tenho esperança.

Procurado, Vladimir disse desconhecer os resultados e não comentou a pesquisa.

Ou a pesquisa foi feita no dia anterior ao debate da TV Globo ou houve algum equívoco estatístico e não pegaram o efeito do debate com capilaridade em todo o estado. Não acredito em segundo turno. Fui muito bem no debate. A pesquisa Datafolha não expressa o que estamos vendo nas ruas.

SÉRGIO CABRAL

Confio na virada rumo à vitória. Estamos comemorando o segundo turno e a segunda posição, que conquistaremos no domingo

MARCELO CRIVELLA

Senti na rua, principalmente hoje (ontem), uma modificação bastante grande em relação ao debate. Mantemos a luta, seguimos em frente. Tenho recebido manifestações positivas. Ainda estou otimista e tenho esperança.

EDUARDO PAES