Título: PT teria tentado comprar documento contra tucanos
Autor: Alan Gripp
Fonte: O Globo, 01/10/2006, O País, p. 10

O mais recente escândalo envolveu coordenadores da campanha de Lula à reeleição, da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo e até um assessor especial da Presidência na compra de um dossiê com supostas denúncias contra candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. No dia 15 de setembro a Polícia Federal prendeu, em Cuiabá, o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da empresa Planam e principal operador da máfia das ambulâncias, e em São Paulo os petistas Valdebran Carlos Padilha da Silva e Gedimar Pereira Passos. Eles foram flagrados num hotel na capital paulista com R$1,7 milhão destinado à compra do dossiê organizado por Vedoin, que ligaria Serra ao escândalo dos sanguessugas. Gedimar acusou Freud Godoy, então assessor especial da Presidência, de intermediar a compra do documento. Freud deixou o cargo. O presidente do PT e então coordenador nacional da campanha de Lula à reeleição, Ricardo Berzoini, foi enredado na trama com a revelação de que Osvaldo Bargas, amigo de Lula e responsável pelo programa de governo à reeleição, ofereceu o dossiê a um jornalista. Ele estava com Jorge Lorenzetti, chefe do núcleo de informação e inteligência da campanha e churrasqueiro de Lula. Berzoini acabou sendo substituído por Marco Aurélio Garcia na coordenação da campanha. Um diretor do Banco do Brasil , Expedito Afonso Veloso, afastado do cargo, também foi envolvido, assim como o então coordenador de comunicação de Mercadante, Hamilton Lacerda, que deixou a função. As imagens do R$1,7 milhão só apareceram na última sexta-feira.