Título: PALOCCI, QUE DEVE SER ELEITO, OPTA POR SILÊNCIO
Autor: Maria Lima, Cristina Christiano e André Duarte
Fonte: O Globo, 02/10/2006, O País, p. 10

RIBEIRÃO PRETO (SP). O ex-ministro da Fazenda e candidato a deputado federal Antonio Palocci manteve o silêncio nos dez minutos em que ficou no Colégio Otoniel Mota, no Centro de Ribeirão Preto, para votar. Ele chegou às 8h25m, com a mulher, Margareth, assessores e o irmão Pedro, médico e presidente do Hospital São Lucas.

Ele não quis falar nada sobre as eleições e também se recusou a comentar a denúncia feita pelo jornal ¿Correio Braziliense¿, que ontem trouxe reportagem sobre Alcindo Ferreira, que detém 50,2% do capital do Hospital São Lucas, presidido por Pedro Palocci. Ferreira é diretor da Action Corretora de Câmbio, uma das operadoras suspeitas de movimentar o dinheiro usado por petistas na compra do dossiê contra os tucanos.

Palocci também não quis falar sobre o pedido de prisão preventiva contra ele. O delegado de Ribeirão Preto, Benedito Antonio Valencise, pediu a prisão de Palocci e de mais nove pessoas suspeitas de integrarem a máfia do lixo em um inquérito que investiga supostas irregularidades no contrato de lixo e limpeza de ruas de Ribeirão Preto e que pode ter causado prejuízos de até R$30 milhões aos cofres públicos. O ex-ministro perdeu o cargo por ter mandado violar, segundo a PF, a conta do caseiro que o acusava.

O candidato foi direto à 15ª seção da 108ª Zona Eleitoral e não precisou enfrentar a fila. Foi seguido durante todo o tempo pela imprensa, mas se recusou a dar entrevista.

¿ Hoje é dia do eleitor, vamos deixar o povo decidir o que ele quer para o país ¿ limitou-se a dizer, fazendo um sinal de positivo.