Título: RESULTADO PODE MUDAR DEVIDO AOS INDEFERIDOS
Autor: Paulo Marqueiro
Fonte: O Globo, 03/10/2006, O País, p. 19

Se o TSE mantiver candidaturas, coeficiente eleitoral e número de cadeiras modificam

Com a divulgação do resultado da eleição, aproximadamente 70 candidatos não computaram votos no Rio para cargos de deputado federal e estadual - na lista oficial, eles aparecem com zero, porque estavam com a candidatura indeferida. De acordo com levantamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-Rio), 14 candidatos nessa situação - sete federais e sete estaduais, por ainda estar sub judice (aguardando decisão judicial), se conseguirem o deferimento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), terão seus votos válidos. Ou seja: pode mudar o resultado, alterando o coeficiente eleitoral e o número de cadeiras por partido.

Segundo o tribunal, as candidaturas foram rejeitadas por vários motivos, principalmente por irregularidades na prestação de contas apresentadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), como é o caso de Arnaldo França Vianna, ex-prefeito de Campos e candidato do PDT a deputado federal, ou suposto envolvimento na máfia dos sanguessugas, como ocorre com Fernando Gonçalves e Elaine Costa, do PTB, que também tentam vaga na Câmara Federal.

- Os votos só são computados no final, com a decisão definitiva do TSE. Em tese, pode haver modificação, mas sabemos que os votos não têm número significativo - explicou o presidente do TRE, desembargador Roberto Wider.

O tribunal, no entanto, não divulgou a quantidade de votos obtida pelos candidatos sub judice. De acordo com o juiz Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes, responsável pelo registro de candidaturas no Rio, o resultado divulgado espelha a situação atual, mas pode ser alterado, dependendo das decisões do TSE.

- Se as candidaturas estão sub judice, o resultado pode mudar, em caso de deferimento por parte do Tribunal Superior Eleitoral. Nesse caso, os votos serão computados, o que mexe com o coeficiente eleitoral. Com isso, os partidos poderão ganhar ou perder cadeiras - completou o juiz.

Em coletiva no TRE, o presidente Roberto Wider elogiou o comportamento do eleitor de não votar em sanguessugas.

- O eleitor do Rio entendeu que aqueles candidatos não tinham vida pregressa que justificasse que fossem votados como seus representantes.