Título: PMDB, PSDB e PT: quatro governadores cada
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 03/10/2006, O País, p. 21

Dezessete foram reeleitos no domingo e em outros dez estados haverá segundo turno no próximo dia 29

BRASÍLIA.Três partidos saíram cantando vitória no primeiro turno das eleições para os governos estaduais. O PMDB, o PT e o PSDB elegeram quatro governadores cada. Os tucanos tiveram o melhor desempenho qualitativo, mantendo os governos de São Paulo e Minas Gerais.

Os petistas tiveram o melhor desempenho desde que o partido foi criado graças à vitória na Bahia. O partido que mais perdeu nessas eleições foi o PFL, que elegeu apenas um governador no primeiro turno e perdeu o governo da Bahia. O PSB também já pode comemorar com a vitória no Ceará. O PDT ganhou um estado e o PPS, dois.

O partido que conquistará maiores governos vai depender dos resultados do segundo turno. O PMDB é o partido que tem mais chances pois vai disputar em seis estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Goiás. O PSDB disputa em três: Pará, Paraíba e Rio Grande do Sul. Disputam dois estados os seguintes partidos: PT (Pará e Rio Grande do Sul), PFL (Maranhão e Pernambuco), PDT (Maranhão e Paraná), PSB (Pernambuco e Rio Grande do Norte) e PP (Santa Catarina e Goiás). O PPS disputará um segundo turno no Rio de Janeiro.

Uma das disputas de segundo turno mais acirradas será a de Pernambuco. Depois de abandonar por completo o candidato à sucessão presidencial pelo PSDB, Geraldo Alckmin, no primeiro turno, a coligação do senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) e do governador José Mendonça Filho (PFL) decidiu arregaçar as mangas e se engajar na campanha tucana.

No Paraná, pedetista terá apoio do PFL contra PMDB

No início da tarde, o candidato da Frente popular à sucessão estadual, Eduardo Campos (PSB), desafiou o pefelista e o peemebedista a colocarem o tucano nos programas de TV do segundo turno. Eduardo Campos - que vai disputar com Mendonça - afirmou que as oposições estaduais somarão esforços para aumentar a diferença pró Lula no estado.

No Paraná, os candidatos ao governo do Paraná Roberto Requião (PMDB), que teve 42,81% dos votos válidos, e Osmar Dias (PDT), que alcançou 38,60%, passaram o dia de ontem em articulações na busca de apoio para a reta final destas eleições. Concorrendo à reeleição, Requião reuniu sua equipe de campanha para avaliar o trabalho feito até agora. Ele marcou para hoje uma entrevista para falar sobre as novas estratégias para a disputa. Já nos bastidores, procura aumentar ainda mais a aproximação com o PT.

Requião declarou seu voto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002 e, neste ano, apoiou a candidata petista Gleisi Hoffmann, que perdeu a corrida para o Senado para Alvaro Dias. Com isso, deixou um aviso claro ao PT de que agora espera a retribuição em forma de apoio.

Já o candidato do PDT passou o dia em negociação. Osmar Dias conta com o apoio do PFL, que já estava assegurado desde o primeiro turno e ficou emperrado em função da candidatura de Cristovam Buarque e da política de verticalização. Dias acredita que todos os candidatos que tinham como proposta "mudança vão se alinhar" com a sua candidatura.

- A nossa candidatura interpreta a mudança e, em 20 anos, tivemos dois governadores, estando mais para ditadura do que para o Estado democrático - avaliou.

COLABORARAM: Letícia Lins, de Recife, e Ana Paula Carvalho, de Curitiba