Título: WALL STREET PREVÊ DIFICULDADE PARA REFORMAS
Autor: Luciana Rodrigues/Ronaldo D"Ercole/Patricia Eloy/L
Fonte: O Globo, 03/10/2006, O GLOBO, p. 33

Encolhimento da base de apoio ao governo preocupa

NOVA YORK. Wall Street não espera grandes mudanças qualquer que seja o vencedor do segundo turno nas eleições presidenciais, mas os analistas admitem que pode haver dificuldades para a aprovação de reformas por causa do encolhimento do PT.

- Se incluir o PMDB, a coalizão do governo perdeu 27 cadeiras na Câmara de Deputados. Mas o segundo turno é bom porque vai suscitar discussões, coisa que até agora não tinha ocorrido - disse John H. Welch, vice-presidente da Lehman Brothers. Ele acredita que, quem vencer, terá de promover um arrocho fiscal.

Segundo Welch, será um tempo de volatilidade entre os dois turnos, mas os investidores vão continuar ganhando dinheiro com aplicações em renda fixa e câmbio, independentemente da vitória de Lula ou Geraldo Alckmin. O mercado de ações sairia favorecido se o candidato do PSDB for eleito.

O "Wall Street Journal", na sua edição de ontem, foi ainda mais explícito sobre os bons ventos que um segundo turno trazem para o mercado. Segundo o jornal, não há risco para os investidores: "Embora um esquerdista, Lula provou em seu primeiro mandato que é um responsável executor de uma política de seriedade fiscal e os mercados financeiros tiveram um proveitoso período desde que ele assumiu em 2003".

- Não estamos entre uma rocha e um lugar duro, mas entre um local macio e outro lugar macio - disse o megainvestidor Mark Mobius, que administra US$29 bilhões em ativos na Templeton Asset Management. (Helena Celestino, com agências internacionais)