Título: NO SUL, YEDA DEVE FORMAR FRENTE CONTRA OLÍVIO DUTRA
Autor: Luiza Damé e Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 04/10/2006, O País, p. 8

Candidata tucana ganha o apoio do PMDB, espera o do PTB e ainda negocia com o PDT

PORTO ALEGRE. Com o apoio inesperado do PMDB, a tucana Yeda Crusius praticamente fechou ontem, no Rio Grande do Sul, a formação de uma frente contra o PT de Olívio Dutra no segundo turno para o governo. O governador Germano Rigotto (PMDB) divulgou nota afirmando que ficará neutro, posição que também poderá ser mantida pelo presidente regional e senador reeleito Pedro Simon. Mas os deputados federais e estaduais ¿ atuais e eleitos ¿ reuniram-se e defenderam, por unanimidade, apoio a Yeda e ao candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.

¿ Cem por cento dos presentes manifestaram a necessidade de apoio imediato. Só não foi oficializado de imediato porque o senador Pedro Simon defendeu a necessidade de, antes, fazer a comunicação ao governador, para evitar algum desconforto. Uma comissão com dois deputados estaduais e um federal vai se encontrar com o governador. Ele tem direito de ficar neutro, mas o partido vai apoiar e participar da campanha do PSDB ¿ anunciou o vice-presidente nacional do PMDB, o deputado federal reeleito Eliseu Padilha.

Segundo ele, o PMDB estabelecerá algumas condições para o apoio, como o fortalecimento das companhias estatais e políticas específicas para os segmentos industriais da região. É certo que o apoio será formalizado ainda nesta semana.

¿ O PMDB é o maior partido do Rio Grande do Sul, tem todas as condições para ajudar a decidir estas eleições. Pode ser um fator decisivo ¿ disse Padilha.

Segundo ele, peemedebistas que receberam 70% dos votos do PMDB na eleição de 2006 deverão apoiar Alckmin.

O PTB também anunciará, a qualquer momento, apoio a Yeda Crusius. O PFL já está coligado ao PSDB desde o primeiro turno, o PP decidiu apoiar a tucana logo que se encerrou o primeiro turno e agora se dá como certo o apoio de PMDB e PTB.

Falta a definição de um único partido, entre os principais do Rio Grande do Sul: o PDT, do deputado federal e ex-governador Alceu Collares. A executiva do partido passou o dia reunida ontem, e recebendo as visitas dos presidentes de PFL, PSDB e PPS. O petista Olívio Dutra e outras líderes do PT e do PCdoB também procuraram o PDT, que não anunciou qualquer decisão.

Antes, o diretório estadual do partido pretende reunir-se, na sexta-feira. Embora Collares tenha antecipado que poderá haver a decisão de neutralidade, há pressões de parlamentares para o apoio a Yeda. Ela estará hoje em Brasília para uma reunião da coordenação nacional da campanha de Alckmin e, na quinta-feira, espera reunir em Porto Alegre todos os partidos que vão apoiá-la, incluindo PMDB e PTB.