Título: LULA RECEBE NEY SUASSUNA, GEDDEL E MAGUITO
Autor: Luiza Damé e Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 04/10/2006, O País, p. 8

Presidente abandonou agenda de governo, passou o dia cuidado da campanha e reuniu-se com líderes peemedebistas

BRASÍLIA. Depois dos erros do primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em ação para reforçar a campanha da reeleição. Lula pretende ampliar o arco de apoios, especialmente do PMDB. Numa ofensiva pessoal, passou a tarde ontem no Palácio da Alvorada negociando acordos com líderes do PMDB, inclusive com ex-aliados de Fernando Henrique Cardoso. Também quer a participação, na campanha do segundo turno, de governadores aliados vitoriosos no primeiro turno. Hoje, Lula se reúne no Alvorada com pelo menos seis governadores eleitos: os petistas Jaques Wagner (Bahia), Wellington Dias (Piauí), Binho Marques (Acre) e Marcelo Déda (Sergipe), e Cid Gomes (PPS, Ceará) e Eduardo Braga (PMDB, do Amazonas).

Preocupado, Lula abandonou ontem a agenda presidencial e passou o dia cuidando da campanha. À tarde, se reuniu com o prefeito de Goiânia, Íris Rezende; o senador Maguito Vilela, que disputa o segundo turno em Goiás com o governador Alcides Rodrigues (PP); o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA); e o senador Ney Suassuna (investigado no caso dos sanguessugas) ambos aliados de Fernando Henrique no passado.

No PMDB, Lula conta com o apoio do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) e de Newton Cardoso, derrotado na disputa pelo Senado em Minas Gerais. Na saída do Alvorada, o PMDB goiano declarou apoio a Lula. Íris disse que Lula vai convocar lideranças nacionais aliadas para dar fôlego ao segundo turno.

¿ Ele quer lideranças nacionais para intensificar e sacudir a campanha ¿ disse o prefeito.

¿ O PMDB de Goiás está 100% unido sob a liderança de Lula e 100% do PMDB vai nos apoiar ¿ acrescentou Maguito.

Wagner: agregar ¿energia positiva¿

Já o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, justificou apoios como de Jader Barbalho e Suassuna:

¿ São posições independentes que as pessoas assumem. O ex-senador Jader Barbalho foi peça importante no Senado para o governo Fernando Henrique. Ney Suassuna foi ministro do governo Fernando Henrique. (...) O que tem que funcionar é o império da legalidade, para, quando a pessoa for apanhada no delito, responder judicialmente, como está ocorrendo no governo Lula. Sempre falei no PMDB, que é um partido dividido, e que deve se unificar internamente para participar do próximo governo. Queremos que seja no nosso governo ¿- disse Tarso, que se negou a comentar os elogios feitos por Lula, no dia anterior, ao ex-presidente Fernando Collor.

Lula incorporou Wagner ao comando da campanha:

¿ Minha tarefa como governador eleito é coordenar a campanha do presidente no segundo turno. Ele teve votação expressiva, 67% dos votos, e creio que podemos ampliar essa diferença na Bahia. Tenho tudo para acreditar que no segundo turno vai abrir uma frente maior.

Wagner passou o dia em Brasília e se encontrou pelo menos três vezes com Lula. Disse que Marco Aurélio Garcia continuará na coordenação da campanha, apesar dos reforços:

¿ Estou à disposição para qualquer tarefa, se a coordenação e o próprio presidente Lula entenderem que a minha participação soma, porque a minha vitória significou a derrota dos segmentos mais duros na crítica ofensiva que faziam ao presidente Lula ¿ disse, acrescentando a intenção é agregar ¿pessoas que tiveram sucesso nas urnas e representam energia positiva¿.