Título: MINISTROS DEVEM SE LICENCIAR PARA FAZER CAMPANHA
Autor: Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 04/10/2006, O País, p. 11

Mares Guia já saiu, e outros dois podem se afastar do Ministério

BRASÍLIA. Vários dos atuais ministros estão avaliando se vão se licenciar do cargo ou tirar férias para se dedicarem exclusivamente à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste segundo turno. Ontem, o titular da pasta do Turismo, Walfrido Mares Guia foi o primeiro a se decidir pelo afastamento temporário. Hoje, o ministro das Comunicações, Helio Costa, faz reunião em sua casa com assessores e colegas de Esplanada convidados ¿ a lista não foi divulgada ¿ para avaliar se também deve mergulhar no corpo-a-corpo eleitoral.

Mares Guia e Costa têm influência em Minas

Mares Guia, que é do PTB, tem uma grande influência em Minas Gerais, onde já foi vice-governador e secretário de Planejamento e Educação. O estado, segundo maior colégio eleitoral do país, também é o berço político de Helio Costa, que representa os mineiros no Senado e foi eleito pelo PMDB.

A atuação dos ministros em Minas será muito importante para tentar conter o avanço de Geraldo Alckmin, na carona da votação exuberante do governador reeleito Aécio Neves. O objetivo seria garantir ao menos a manutenção da vantagem de Lula no primeiro turno (50,80% contra 40,62%).

São Paulo também deve ganhar reforço da Esplanada

Outro da trincheira mineira de Lula, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que já foi prefeito de Belo Horizonte, por enquanto não vai se afastar do cargo, informou sua assessoria. Outro reforço da Esplanada poderá ser dado em São Paulo ¿ maior colégio eleitoral, que acabou determinando a realização de segundo turno na votação de domingo. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, ex-sindicalista, poderá se licenciar para se dedicar aos grandes pólos industriais paulistanos e da capital.

Já para a Região Sul, a força extra poderá vir do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, petista do Paraná. Ele já está em férias, pedidas para engrossar a reta final da campanha ao Senado de sua esposa, Gleisi Hoffman (PT-PR), que saiu derrotada da disputa.