Título: ALCKMIN VAI À BAHIA TRAÇAR ESTRATÉGIA
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 05/10/2006, O País, p. 15

ACM leva candidato para encontrar líderes regionais

SALVADOR. O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin cumpre hoje na Bahia o seu primeiro compromisso de campanha do Nordeste, em busca de apoio para a eleição no segundo turno. Ele estará hoje à tarde, acompanhado do principal líder do PFL no estado, o senador Antonio Carlos Magalhães, e tem marcados encontros com líderes políticos regionais com o objetivo de traçar a estratégia da campanha.

A idéia é dividir o estado, o maior do Nordeste, com 417 municípios, cerca de 370 aliados do cacique pefelista, em pólos regionais, obtendo um comprometimento desse líderes para disseminar pela região a importância que a Bahia terá numa administração federal sob o comando do tucano. Alckmin teve um desempenho muito baixo no estado, com apenas 26% dos votos válidos. Os pefelistas trabalham com a meta de reduzir a diferença entre a votação de Alckmin e a obtida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ultrapassou 70%, numa das maiores vantagens registrada no país.

Amanhã, aliás, quem estará na Bahia será o presidente Lula. Vai fazer um comício no município de Juazeiro, localizado no norte do estado, e outro à noite, na capital, Salvador. O palco será o Farol da Barra, mesmo local onde ele protagonizou o seu maior comício na atual campanha, no último dia 16 de setembro.

De acordo com o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL) ¿ mais votado na Bahia ¿ tanto seu partido quanto os aliados estão determinados a trabalhar de forma intensa para eleger Geraldo Alckmin. O vice-governador Eraldo Tinoco, que coordenou a campanha do governador Paulo Souto, derrotado pelo petista Jaques Wagner no primeiro turno, disse que ainda não havia recebido qualquer orientação da coordenação nacional, mas estaria disposto a dar a sua contribuição.

Se Geraldo Alckmin vai encontrar um terreno fértil entre os pefelistas, o mesmo não se pode dizer do diretório do seu partido, que se além de pequeno, se mostra dividido. O líder do PSDB da Câmara, e presidente regional da legenda na Bahia, deputado Jutahy Magalhães Júnior, não foi localizado para informar se deverá trabalhar em favor da candidatura do ex-governador paulista.

Já o vice-presidente e deputado estadual reeleito, Marcelo Nilo foi taxativo:

¿ Se ele vier com Antonio Carlos, o meu voto será dele, mas não passo disso. Não me comprometo em pedir voto pra ele (Alckmin). Estou mais interessado em estruturar a minha campanha.

Enquanto outro tucano, Arthur Maia, garante que não há divisão, é tudo intriga da oposição carlista, que usa agora a candidatura Alckmin para tentar sobreviver à derrota para o governo estadual.

¿ É claro que apoiaremos Alckmin, agora cada um no seu reduto, sem nos misturarmos com o PFL. Vamos apoiá-lo e fazer tudo o que for preciso para elegê-lo.