Título: A DESIGUALDADE PERSISTE
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 05/10/2006, Economia, p. 39

Nas casas das chefes, renda menor

A pesquisa do IBGE que traçou o perfil da mulher chefe de família, com base na Pesquisa Mensal de Emprego, mostrou o quanto ainda é alta a desigualdade de rendimentos entre os gêneros. Enquanto o rendimento médio domiciliar do trabalho nas famílias chefiadas por homens é de R$2.116,20, nas casas onde as mulheres são as provedoras, a renda total é de R$1.503,99, um valor 29% menor. As chefes também perdem quando se observa a média da renda das pessoas ocupadas na casa, incluindo homens e mulheres, que é de R$1.943,55:

¿ O foco da pesquisa não foi investigar a desigualdade de gênero. O rendimento domiciliar foi o único cruzamento feito, mas ainda mostra a distância nos rendimentos ¿ explicou Luciene Rodrigues Kozovits, técnica do IBGE responsável pelo levantamento especial.

Mesmo assim, o rendimento dessas chefes de família têm ligeira vantagem em relação ao das ocupadas em geral. Enquanto 81,6% do total das mulheres empregadas ganham menos de três salários mínimos, entre as chefes esse percentual cai para 78,6%:

¿ Apesar de as condições dessas trabalhadores serem mais precárias, a fatia das que moram sozinhas e ganham mais puxa a média para cima ¿ explica Luciene.

A taxa de desemprego também é menor. Para o total da força de trabalho feminina, está em 13%. Para as chefes, essa taxa baixa para 8%, percentual inferior inclusive ao registrado na população total, de 10,6%. (Cássia Almeida)