Título: DA MISÉRIA EM SALVADOR AO SUCESSO MUNDIAL
Autor: Heliana Frazao
Fonte: O Globo, 05/10/2006, Esportes, p. 45
Foi o pai, Nijalma Freitas, o seu Babinha, falecido em 2002, quem incentivou Acelino Popó Freitas a calçar as luvas de boxe, no início da adolescência, em busca de futuro melhor. Dizer, no entanto, que o campeão aprendeu o esporte em casa seria exagero. Há cerca de oito anos, Popó ainda dividia um barraco de um cômodo menor que um ringue de boxe na Baixa do Sapateiro com toda a família.
Depois de conquistar cinturões de títulos mundiais, fama, dinheiro e o respeito de pugilistas de todo o planeta, o baiano anuncia o fim de uma das mais belas carreiras do boxe brasileiro, com 38 vitórias (32 por nocaute) e apenas uma derrota. Como profissional, conseguiu a seqüência de 29 vitórias por nocaute.
Na vida de Popó, os resultados vieram bem antes do conforto. Medalhista de prata na seleção brasileira de boxe que disputou os Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata (Argentina), em 1995, ele só conquistou o primeiro de seus quatro títulos mundiais quatro anos depois. Em novembro de 1999, na França, demoliu o russo Anatoly Alexandrov, no primeiro round, conquistando o cinturão dos superpenas (até 59kg) da Organização Mundial de Boxe (OMB).
Em 2002, a vítima foi o cubano Joel Casamayor, em Las Vegas. Popó unificou os títulos da OMB e da Associação Mundial de Boxe (AMB).
Dois anos depois, o baiano foi campeão da categoria leve (até 62,1kg), pela OMB. A alegria durou sete meses. Ele perdeu o cinturão para o americano Diego Corrales. Superados os problemas com noitadas, ele recuperou o cinturão dos leves (até 62,1kg) pela OMB, derrotando, por pontos, o americano Zahir Raheem, em maio passado.