Título: TEMER DIZ QUE PARTIDO PRECISA DECIDIR FUTURO
Autor: Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 06/10/2006, O País, p. 5

Para o presidente do PMDB, ideal seria a candidatura própria

BRASÍLIA. O presidente do PMDB, Michel Temer, disse que, apesar de ter feito a maior bancada na Câmara nestas eleições, elegendo 89 deputados, o partido só terá influência se estiver unido.

¿ Agora não tem mais jeito: vamos terminar as eleições divididos. Mas assim que a disputa terminar, temos que unificar uma posição e decidir se vamos para o governo ou para a oposição com o resultado das urnas. É muito ruim a situação atual: meio a meio. Não podemos mais ficar divididos ¿ afirmou Temer.

O PMDB é tão dividido que há estados em que os seus líderes vão ficar neutros no segundo turno da eleição presidencial porque têm apoio dos dois candidatos ¿ Lula e Alckmin. É o caso do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, reeleito com a maior votação do país, com apoio de tucanos e petistas regionais. Para fugir das pressões, Hartung passará os próximos dias em viagem ao exterior.

No Rio Grande do Sul, o governador Germano Rigotto decidiu permanecer neutro na disputa, enquanto o grupo do deputado Eliseu Padilha vai manter o apoio ao tucano.

Lula leva vantagem no PMDB do Norte e do Nordeste

Na divisão de forças do PMDB pelos estados, o presidente Lula leva vantagem no Nordeste e Norte. Mantém para o segundo turno o apoio do partido no Amazonas, com o governador Eduardo Braga; no Pará, com o deputado Jader Barbalho; em Tocantins, com o governador Marcelo Miranda; em Roraima, com o senador Romero Jucá; no Amapá, com o senador José Sarney; no Maranhão, com o senador João Alberto; no Ceará, com o deputado Eunício Oliveira; na Paraíba, com o senador José Maranhão; em Alagoas, com o senador José Sarney: e na Bahia, com o deputado Geddel Vieira Lima.

Já o tucano Geraldo Alckmin contará com o apoio do PMDB de Santa Catarina. Lá, o governador Luiz Henrique disputará o segundo turno contra Esperidião Amin, do PP. No Distrito Federal, o tucano tem o apoio do senador eleito Joaquim Roriz e, no Mato Grosso do Sul, conta com o governador eleito André Puccinelli. Em Pernambuco, conta com a força do senador eleito Jarbas Vasconcelos, e no Piauí, do senador Mão Santa, derrotado pelo petista Welington Dias na disputa pelo governo. No Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Alves está sendo cobrado a formalizar o apoio a Alckmin.

Mato Grosso e Acre estão indefinidos entre PT e PSDB

Ainda estão indefinidas a situação do PMDB no Mato Grosso e no Acre. O ex-presidente do INSS no governo Lula Carlos Bezerra está sendo cobrado pelo governador reeleito Blairo Maggi (PPS) a apoiar a Alckmin.

¿ Desde o primeiro turno estamos divididos. O ideal seria uma candidatura própria de presidente para unificar o partido, o que não aconteceu. Mas temos que começar a pensar num partido mais unificado para termos força ¿ afirma Temer ao analisar a situação nos estados. (Gerson Camarotti).