Título: POLÍTICOS DO PSOL CRITICAM PROIBIÇÃO
Autor: Adriana Vasconcelos e Valeria Maniero
Fonte: O Globo, 06/10/2006, O País, p. 13

Obrigação de ficar neutro é rejeitada

BRASÍLIA. A decisão da executiva do PSOL de proibir os filiados e as lideranças do partido de se manifestarem publicamente sobre quem irão apoiar ou em quem irão votar neste segundo turno da eleição foi criticada por dois dos principais políticos da legenda. No documento, a executiva afirma que, para as figuras públicas, a decisão tem ¿caráter proibitivo¿. Para Plínio de Arruda Sampaio, que disputou o governo de São Paulo, a expressão é infeliz. O novo líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), também criticou a resolução:

¿ Partido que não quer ter centralismo burocrático deveria ter mais cuidado com certos termos. Defendemos o voto aberto no Parlamento e a manifestação de voto de figuras públicas.

Plínio vai além e defende que o diretório analise a decisão da executiva, formada por 18 filiados. A senadora Heloísa Helena (AL) foi a primeira a verbalizar essa opinião, terça-feira, ao retornar a Brasília.

¿ É preciso rediscutir essa decisão numa instância mais ampla. A idéia e a expressão proibitivo não combinam com o socialismo e a liberdade que dão nome ao partido. Acho que foi um defeito de redação ¿ disse Plínio de Arruda.

Heloísa Helena evitou comentar as críticas e afirmou que não irá ¿criar futrica onde não existe¿:

¿ Quem quiser apoiar qualquer candidato, que o faça e depois o partido decide. Mas não vou discutir pela imprensa. Não vão criar cizânia pública com o PSOL.