Título: ALCKMIN RECEBE A BÊNÇÃO DE ACM NA BAHIA
Autor: Heliana Frazao
Fonte: O Globo, 06/10/2006, O País, p. 14

Tucano pede a ajuda de líderes pefelistas e diz que vai `reestatizar empresas das quais o PT tomou conta¿

SALVADOR. O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, recebeu ontem oficialmente o apoio do senador Antonio Carlos Magalhães e de outros líderes do PFL baiano, entre eles o governador Paulo Souto ¿ que perdeu a eleição no primeiro turno para o petista Jaques Wagner ¿ e os senadores carlistas César Borges e Rodolpho Tourinho. No encontro, foram discutidas a portas fechadas as ações de campanha no estado para tentar reduzir a diferença entre Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além do cronograma de visitas à Bahia no segundo turno.

Antonio Carlos convocou para o encontro prefeitos e líderes do PFL baiano. Dez prefeitos estavam presentes, entre eles o de Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral do estado, José Ronaldo (PFL), que disse já estar trabalhando por Alckmin em seu reduto.

¿ Ficou decidido que nós vamos trabalhar muito em todas as regiões do estado para eleger Alckmin e varrer a corrupção do governo Lula do Brasil. Chega de desmoralização. Graças à burrice deles de roubar tanto, vamos para o segundo turno ¿ disse Antonio Carlos.

¿Garotinho é caso encerrado¿

Os pefelistas ouviram a promessa de que a Bahia, que será governada pelo PT a partir de janeiro, não sofrerá qualquer discriminação sob uma eventual administração federal tucana. Alckmin afirmou que será parceiro do governador eleito Jaques Wagner (PT), assim como de todos os governadores e prefeitos. Alckmin se esquivou de falar sobre o polêmico apoio do ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Disse ser um ¿assunto encerrado¿:

¿ Quero assumir um compromisso com a Bahia. Vou agir diferente do Lula, que perseguiu o governo de Paulo Souto e prejudicou o estado. Não foi parceiro de um estado que lhe deu uma votação gigantesca em 2002. Eu não vou agir assim. Se fosse para agir igual, não precisaria trocar. Vou chegar lá pra valer, porque faço política de forma diferente.

Dossiê: ¿21 dias sem respostas¿

Mantendo os ataques ao petista, Alckmin disse o governo Lula representa uma ¿seqüência de escândalos¿, e não aprende, porque repete os erros.

¿ Já são 21 dias do último escândalo da compra do dossiê contra o PSDB e Lula não explica a origem do dinheiro da compra do dossiê, quem é o dono da conta, como os dólares entraram no Brasil, nada. Além do mais, fugiu de todos os debates. Vai agora, não por respeito ao eleitor, mas porque está com medo de perder a eleição.

Ao agradecer o apoio no estado, onde recebeu 26% dos votos, o tucano pediu a todos, e em especial aos prefeitos, que renovem a confiança na vitória e na retomada do crescimento.

¿ O Brasil não pode continuar parado, perdendo oportunidades. Não é um país com vocação para figurar entre os últimos, mas para ser o primeiro, o líder entre os emergentes.

Alckmin negou que pretenda cortar o orçamento do Bolsa Família, afirmando que, ao contrário, quer ampliar o alcance do programa, e chamou de ¿mentiras espalhadas pelos adversários¿ os boatos de que privatizaria órgãos públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Correios:

¿ O que vou fazer é reestatizar algumas das quais o PT tomou conta. Empresa pública não é do PT, é do povo.