Título: DEMORA DE TELEFÔNICA ATRASA AS INVESTIGAÇÕES
Autor: Chico de Gois
Fonte: O Globo, 06/10/2006, O País, p. 16

Quebra do sigilo telefônico de Hamilton Lacerda estava autorizada desde sexta-feira

CUIABÁ. A Polícia Federal informou ontem à Justiça Federal que a operadora de telefonia celular Claro não prestou as informações solicitadas depois que a quebra do sigilo telefônico de Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, foi autorizada na última sexta-feira. Na avaliação dos investigadores que cuidam do caso, o atraso no envio dos dados prejudica as investigações sobre a origem do dinheiro que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos. O juiz Jeferson Schneider informou que vai tomar providências sobre o assunto.

Lacerda foi apontado pela PF como o responsável por levar ao hotel Ibis, em São Paulo, parte do R$1,7 milhão apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos no dia 15 do mês passado. A PF enviou o pedido de informações sobre os extratos de Lacerda junto com os de outras três quebras de sigilo e 13 cadastros de assinantes na sexta-feira.

O juiz determinou urgência no fornecimento das informações. Normalmente, as operadores prestam esse tipo de informação em um ou dois dias, mas a Claro pediu mais dez dias de prazo para remeter os dados. Por conta disso, está paralisado o trabalho de cruzamento dos dados. A Claro não se manifestou ontem sobre o caso.