Título: GREVE DOS BANCÁRIOS JÁ ATINGE 80% DAS AGÊNCIAS DO CENTRO, DIZ SINDICATO
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Fonte: O Globo, 06/10/2006, Economia, p. 32

Em São Paulo, paralisação começa com adesão de 40% da categoria

RIO e SÃO PAULO. A greve dos bancários no Rio, que completa dez dias hoje, começou a chegar a outros bairros, além do Centro. A informação é do Sindicato dos Bancários do Rio, que garante que mais de 80% das agências no Centro estão fechadas. Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, principalmente, fecharam em quase toda a cidade, segundo o sindicato. Já entre os bancos privados, a greve se estendeu para Catete, Glória e Tijuca. De acordo com o presidente da entidade, Vinícius Assumpção, pelo menos 20 mil funcionários, do total de 30 mil bancários do Rio, estão de braços cruzados.

Em outros estados, a greve por tempo indeterminado começou ontem. Um balanço divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) apontou que mais de 190 mil bancários estão parados no país, de um total de 400 mil. De acordo com a Contraf, a greve nacional está distribuída em 24 estados, além do Distrito Federal, onde há 108 sindicatos ligados à confederação.

Os bancários pedem aumento real de salário de 7,05% mais a reposição da inflação de 2,85%. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferece reposição de 2,85%. Há discordância entre as partes também sobre a participação dos funcionários nos lucros das instituições. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Em São Paulo, o primeiro dia da greve teve adesão de mais de 39 mil bancários, cerca de 40% dos 106 mil trabalhadores de São Paulo e Osasco. Segundo o sindicato paulista, 517 agências e centros administrativos foram paralisados, em todas as regiões das cidades. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não confirma os números. Houve confronto entre grevistas e policiais durante manifestação no Centro Velho da capital paulista, sem feridos ou presos.

Segundo o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, ¿a idéia é ampliar o movimento amanhã (hoje)¿.

¿ Sem aumento, não voltamos ao trabalho ¿ diz o sindicalista, que espera forçar nova rodada de negociação.

A Fenaban informou que tomará todas as medidas cabíveis para manter as agências abertas, e que não foi marcada nenhuma nova rodada de negociação.