Título: VALE INAUGURA MAIOR MINA DE FERRO DO MUNDO
Autor:
Fonte: O Globo, 06/10/2006, Economia, p. 34

Brucutu, em Minas Gerais, tem capacidade instalada inicial para produzir 30 milhões de toneladas do minério por ano

SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO, Minas Gerais, e RIO. A Companhia Vale do Rio Doce inaugurou ontem a mina de Brucutu, em Minas Gerais, a maior mina de minério de ferro do mundo em capacidade inicial de produção, que terá vida útil de 30 anos. A mina, que consumiu investimentos de US$1,1 bilhão, já tem capacidade instalada para produzir 30 milhões de toneladas por ano, marca que será atingida a partir de 2008.

Segundo a Vale, não há projeto no mundo com capacidade inicial de produção de minério de ferro próxima do que foi alcançado com Brucutu. O gerente do projeto, João Rabelo, informou que a vida útil da mina ainda poderá ser ampliada ao longo do tempo.

¿ A reserva conhecida é para 30 anos de operação, mas ainda está em pesquisa, e em cinco anos deveremos acrescentar mais reserva à mina ¿ disse Rabelo.

Empresa negocia venda de participação na Usiminas

A mina de Brucutu levou um ano e três meses para ser concluída. Na primeira fase, de testes, com início imediato, vai produzir 12,2 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Na segunda fase, em 2007, a produção deve subir para 23 milhões de toneladas, antes de a capacidade total instalada de 30 milhões de toneladas ser alcançada, em 2008.

Às vésperas de fechar a aquisição da produtora de níquel canadense Inco por cerca de US$18 bilhões, o presidente da Vale, Roger Agnelli, confirmou que negocia a venda de parte da participação na Usiminas para facilitar sua entrada no bloco de controle da companhia:

¿ Queremos vender parte das ações para equilibrar o controle da Usiminas.

As negociações entre a Vale e os acionistas da Usiminas se arrastam há mais de três anos, segundo o executivo, e a expectativa é que ¿logo, logo¿ as partes cheguem a um acordo.

Fazem parte do bloco de controle da Usiminas a Nippon Steel (19,4%), a Caixa dos Empregados da Usiminas (13,2%), a Camargo Corrêa (7,6%), a Votorantim (7,6%), o Bradesco (2,6%) e distribuidores (2,5%).

¿ A gente vai reduzir posição e, com isso, entra dinheiro em caixa ¿ afirmou Agnelli, descartando, no entanto, que a venda de parte dos cerca de 22% que tem no capital votante da companhia sejam utilizados para ajudar na compra da Inco.

Segundo Agnelli, o pagamento pela Inco está no plano de negócios da Vale:

¿ Em relação ao nosso caixa, estamos bem.

O objetivo, disse Agnelli, é repartir melhor o controle e garantir investimentos para o crescimento da Usiminas.

O executivo lembrou que o financiamento para a compra da Inco, a segunda maior produtora mundial de níquel, será feito por um grupo de bancos. A proposta de compra aos acionistas da Inco foi formalizada em 14 de agosto e tem prazo até 16 de outubro. Ontem, a Vale informou também que obteve aprovação da Comissão Européia para a oferta de aquisição de todas as ações da Inco.

Agnelli afirmou ainda que, como no caso da Usiminas, a Vale negocia com a americana Nucor a redução de sua participação em uma usina de ferro-gusa em Carajás, onde tem 78%, contra os 22% da parceira.