Título: BRASIL CONDENA TESTE E PEDE ADESÃO A TRATADO
Autor:
Fonte: O Globo, 10/10/2006, O Mundo, p. 32

Em nota, Itamaraty diz que Coréia do Norte deve se reintegrar sem condições a pacto internacional

BRASÍLIA. O governo brasileiro condenou ¿veementemente¿ o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte. Em nota, o Itamaraty pede que os norte-coreanos se reintegrem ¿sem condições e como país não nuclearmente armado¿ ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O Ministério das Relações Exteriores também exorta o regime de Pyongyang a assinar, em breve, o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, observando a moratória para testes até o tratado entrar em vigor.

¿A decisão contrapõe-se à Declaração Presidencial sobre o assunto emitida pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 6 de outubro corrente¿, diz o comunicado.

Segundo uma fonte do Itamaraty, o Brasil sempre defendeu o direito de todos os países produzirem energia nuclear, desde que para fins pacíficos. A atitude dos norte-coreanos, destacou essa fonte, deve ser condenada em todos os sentidos. Para o Itamaraty, a saída seria o retorno da Coréia do Norte às negociações, para que haja uma solução equilibrada. Assim, Pyongyang precisaria voltar a conversar com Estados Unidos, China, Japão, Coréia do Sul e Rússia.

Relações entre Brasília e Pyongyang são distantes

As relações entre Brasil e Coréia do Norte são relativamente distantes, do ponto de vista político. Não se fala em investimentos ou em projetos conjuntos no governo brasileiro. O que há de mais concreto em termos bilaterais é o comércio. No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$66 milhões à Coréia do Norte. Vendeu, principalmente, produtos siderúrgicos, algodão e miúdos de carne e frango.