Título: NO SUL, DEBATE TRANQÜILO ENTRE YEDA E OLÍVIO
Autor:
Fonte: O Globo, 11/10/2006, O País, p. 11

Em resposta ao petista, tucana nega que vá privatizar

PORTO ALEGRE.O primeiro debate entre a deputada tucana Yeda Crusius e o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra (PT), candidatos a governador que disputam o segundo turno das eleições no Rio Grande do Sul, foi sem agressões.

No debate realizado pela TV Bandeirantes, a tucana se concentrou na apresentação suas propostas de reformular a administração do governo, usando repetidas vezes o lema "novo jeito de governar". Olívio insistiu em dois temas prioritários de sua campanha: o risco a privatização do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e o impacto do prometido "choque de gestão" de Yeda no funcionalismo.

O tema ganhou fôlego depois que o vice de Yeda, o empresário Paulo Feijó, do PFL, criticou o empreguismo existente no Banrisul, que, segundo ele, seria um reduto do senador Pedro Simon (PMDB). Feijó questionou ainda o fato de o banco custar caro para os cofres públicos, questionando se não seria mais útil utilizar esses recursos na segurança.

- O seu companheiro de chapa tem tido opiniões que contrariam coisas que a senhora diz, mas não sei quem é sincero, se ele ou a senhora - alfinetou Olívio no segundo bloco do debate.

- Ele é polêmico como todo o vice que tem opiniões - respondeu a tucana, acrescentando: -- Nós já demos uma nota oficial dizendo que não comungamos com o que ele expressou. Nem por isso vamos colocar mordaça.

No 2º turno, Yeda costura alianças mais amplas

Depois de Olívio citar que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a candidata do PSDB apoiou todas as privatizações, foi necessário a tucana insistir na resposta que vem dando diariamente em entrevistas.

- Não vamos deixar confundir as coisas. Nós do estado não vamos privatizar nada - reafirmou Yeda.

Ela afirmou que o "choque de gestão" não prevê a demissão de funcionários e sim sua valorização. O caixa único utilizado durante o governo do PT, de outro lado, foi outro tema importante do debate. Yeda acusou Olívio, que governou o estado de 1999 a 2002, de ter recebido o governo com R$1,7 bilhão em caixa e de tê-lo entregue com saldo negativo. O petista procurou reduzir sua responsabilidade, argumentando que o caixa também é gerenciado pelo Legislativo e Judiciário.

Neste segundo turno, Yeda costurou alianças mais amplas que Olívio. Enquanto o PT conseguiu o apoio apenas do PSB, o PSDB recebeu o apoio formal do PTB, PP e PMDB e conta com a simpatia da maior parte das lideranças do PDT, que decidiu ficar neutro nesta etapa da campanha.