Título: TUCANO DESCARTA CONGELAR REAJUSTES SALARIAIS
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 12/10/2006, O País, p. 5

Coordenador econômico da campanha de Alckmin diz que alvo são 30 mil cargos comissionados criados pelo PT

SÃO PAULO. Um dia após o economista Yoshiaki Nakano, um dos responsáveis pelo programa econômico do candidato tucano Geraldo Alckmin à Presidência, sugerir um corte de gastos governamentais de 3,4% do PIB, o coordenador da campanha, João Carlos Meirelles, reiterou o compromisso vigente no plano de governo tucano: reduzir os gastos em 4,4%, mas em quatro anos ¿ e não num eventual primeiro ano de mandato.

Meirelles também descartou ontem, como medida de economia, o congelamento nos reajustes salariais do funcionalismo. Ele disse apenas que uma das medidas que poderão ser adotadas, se Alckmin for eleito, é um corte significativo no universo de 30 mil cargos comissionados no governo federal.

¿ Podemos cortar muitos dos quase 30 mil cargos de confiança que o PT criou. Mas o número dependeria de análise de cada ministério. Afinal, em cargos de confiança tem muita gente da melhor qualidade no governo ¿ disse Meirelles. ¿ (Demissão e congelamento de salários) não será nem nunca foi cogitado por nós. Quem dizer que vai demitir, está inventando.

Nakano viajou ontem para os Estados Unidos para visitar a filha, segundo assessores da campanha tucana. A curto prazo, Meirelles disse não acreditar em redução na pesada carga tributária, hoje de 37,82% do PIB.

¿ Não se vai reduzir impostos num primeiro mandato. No ano que vem não há hipótese. Não tem como, até do ponto de vista legal. Só poderia ser feita qualquer alteração se mexessem no Orçamento deste ano, que está sendo aprovado agora. O Orçamento do ano que vem é do Lula ¿ avaliou Meirelles.

Uma saída para evitar o esvaziamento dos cofres públicos, segundo Meirelles, estaria na revisão dos contratos com empreiteiras responsáveis por obras atualmente paradas:

¿ Um exemplo é a obra de Tucuruí, que está com uma eclusa em construção há anos.