Título: CANDIDATOS TROCAM ACUSAÇÕES SOBRE NOMEAÇÕES
Autor: Claúdia Lamego e Dimmi Amora
Fonte: O Globo, 12/10/2006, O País, p. 14

Cabral cita assessor de Frossard ligado ao tráfico; ex-juíza diz que ele é íntimo de Silveirinha

A troca de acusações entre os candidatos teve como munição nomeações polêmicas de assessores. O primeiro a atacar foi Sérgio Cabral (PMDB), ao responder a acusação de Denise Frossard (PPS) sobre como ele conseguia manter casa na Costa Verde, pagar pensão à ex-mulher e sustentar os filhos com o salário de político. Irritado, Cabral pediu respeito e afirmou que o coordenador de campanha dela tinha sido condenado por improbidade administrativa:

¿ Seu coordenador de campanha é condenado pela Justiça. A senhora tem o senhor Jackson Vasconcelos, condenado pela superintendência do INSS por envolvimento com fraudes na concessão de aposentadorias. Este ano, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal, condenou-o por improbidade na gestão dos recursos de aposentados.

Denise Frossard disse que o peemedebista estava mentindo e que Jackson vai processá-lo:

¿ Se o senhor tiver caráter, o senhor abre mão de seu foro privilegiado.

Em seguida, a provocação partiu de Frossard, afirmando que Cabral era íntimo de Rodrigo Silveirinha ¿ ex-superintendente de Arrecadação Tributária na Secretaria estadual de Fazenda, condenado na Justiça por corrupção ¿ por ter empregado a mulher do fiscal, Silvana Silveirinha, no gabinete da presidência da Alerj. Cabral rebateu dizendo que um assessor de Frossard, Elton Gomes da Silva, tinha sido preso e condenado por tráfico de drogas e nem por isso dizia que ela estava envolvida com o tráfico.

¿ Ele não tinha antecedentes. Foi um destes jovens que o crime levou. Sofri muito. Imagino como a mãe dele sofreu e imagino como a sua mãe sofreria, se o senhor se bandeasse para o crime na juventude ¿ respondeu a candidata.

Em seguida, Frossard lembrou que Cabral, em 2000, quando era presidente da Alerj, nomeou Aldemar Almeida dos Santos, que já era condenado a 14 anos e dois meses por tráfico, corrupção e porte de arma. Em entrevista depois do debate, Cabral disse que não se lembrava da nomeação. Mas, em reportagem publicada em 2000, ele assumiu a responsabilidade por ter nomeado Aldemar, que na época foi demitido após ser preso por associação ao tráfico. Ademar, indicação política do vereador Jerominho (PMDB), não trabalhava. Apenas assinava o ponto.