Título: ALCKMIN REJEITA DESCULPAS E VÊ DESESPERO DO PT
Autor: Adelson Barbosa e Arnaldo Ferreira
Fonte: O Globo, 14/10/2006, O País, p. 5

Tucano diz que não vai rebater ataques à sua família publicados no site da campanha de Lula e depois retirados

JOÃO PESSOA e MACEIÓ. O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem em João Pessoa que não aceitará o pedido de desculpas feito pelo PT por ter atacado a família do tucano.

¿ Eles fazem as baixarias e depois querem dar uma de bom-mocismo, dizendo ¿Olha, pedimos para tirar do site¿. Estão querendo faturar dos dois lados ¿ disse o tucano, que participou na capital paraibana de uma caminhada, sob sol forte, ao lado do governador e candidato à reeleição Cássio Cunha Lima (PSDB).

O site de campanha de Lula dizia que a mulher de Alckmin, dona Lu, recebeu mais de 400 vestidos de presente de um estilista. Também citou o fato de a filha de Alckmin, Sophia, ter trabalhado na Daslu, loja de luxo de São Paulo cujos donos são acusados de sonegação fiscal. Depois, o artigo foi retirado do site. Para Alckmin, o PT agiu por desespero:

¿ Na realidade, é um desespero. Se estão tão bem assim (nas pesquisas de intenções de voto), não havia razão para estar fazendo isso ¿ afirmou, antes de embarcar de João Pessoa para Maceió.

Alckmin disse que não vai rebater os ataques:

¿ Vou falar de interesse público. O que tiver relação com interesse público, vamos colocar. Não tenho medo de cara feia. Vou falar de princípios e de valores.

Em entrevista à rádio CBN Manaus, o tucano defendeu a família:

¿ Minha filha trabalhou como empregada, como vendedora numa loja, ganhando seu dinheiro honestamente. Minha mulher nunca foi funcionária do governo. Trabalha como voluntária. A nota é totalmente injusta. O PT faz essas coisas, faz jogo sujo, põe na internet e depois vem se desculpar, querendo, inclusive, faturar em cima da desculpa. As coisas não são por acaso. Infelizmente a gente já vê esse tipo de comportamento há bastante tempo. Mas eu confio no povo. Acho que vou ganhar a eleição. O mais difícil foi chegar ao segundo turno.

Tucano nega privatizações

Alckmin voltou a negar que vá privatizar a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, os Correios e a Petrobras, caso seja eleito presidente.

¿ Não há procedência. Isso demonstra o desespero dos nossos adversários, que criaram a mentirobrás. É uma mentira atrás da outra. Não vamos privatizar o Banco do Brasil nem os Correios nem a Petrobrás nem a Caixa Econômica Federal, de maneira alguma ¿ disse o candidato.

Em Maceió, Alckmin participou de corpo-a-corpo ao lado de seu vice, José Jorge (PFL-PE), e do governador eleito de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. Abraçou comerciários e prometeu vencer Lula. No primeiro turno, o tucano foi derrotado na maioria das cidades do interior alagoano. Prometeu recriar a Sudene, manter o programa Bolsa Família e fazer do Nordeste uma prioridade:

¿ Trago esperança, ética. O Nordeste é a prioridade. Vou continuar com o Bolsa Família. Mas também quero promover o desenvolvimento. Nossa obstinação é gerar emprego, para promover o desenvolvimento do turismo na região.

Na caminhada, um antigo aliado de Lula, o presidente do PDT alagoano, ex-governador Ronaldo Lessa, disse:

¿ A maioria dos militantes e dirigentes do PDT nacional está com Alckmin. Lula teve a sua vez e decepcionou.