Título: ALGODÃO EM ALTA
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 17/10/2006, Economia, p. 21

Têxtil cresce em itens pouco manufaturados

Contrariando as queixas freqüentes do setor em relação ao dólar barato e à concorrência externa, a indústria têxtil viu a parcela de sua produção exportada crescer significativamente nos últimos anos. Era de 21,1% do total no início de 2003, chegou a 25,6% no fim de 2004 e, em junho, alcançou 30,5%. Mas esse aumento veio graças apenas a produtos de baixíssimo valor agregado.

A Firjan constatou que dois grupos ¿ algodão simplesmente debulhado e outros tipos de algodão não cardados nem penteados, ou seja, itens que estão bem no início da cadeia produtiva e têm pouco valor ¿ respondem por 57% das exportações da indústria têxtil. Em 2003, esses dois grupos tinham peso de 36% nas vendas externas do setor.

Excluindo-se esses itens, a produção exportada da indústria têxtil fica estável, em torno de 13%, nos últimos anos. Além da indústria têxtil, outros setores que foram muito afetados pela queda do dólar são calçados e indústria moveleira, afirma Cecília Hoff, da UFRJ. (L.R.)