Título: COAF: FREUD FEZ DEPÓSITO DE R$150 MIL
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 21/10/2006, O País, p. 8
Ex-assessor de Lula pôs dinheiro vivo na conta da mulher em 2004
BRASÍLIA e CUIABÁ. A CPI dos Sanguessugas recebeu ontem do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informações sobre uma movimentação financeira atípica feita por Freud Godoy, ex-assessor do presidente Lula investigado sob suspeita de ter participado da compra do dossiê. O rastreamento feito pelo Coaf mostra que Freud fez um depósito em dinheiro no valor de R$150 mil na conta de sua mulher Simone Messeguer Godoy, em 2004.
A comissão investiga ainda movimentações consideradas suspeitas feitas pela Caso Sistemas de Segurança, empresa da mulher do petista, que recebeu depósitos das empresas de Marcos Valério Fernandes, o operador do esquema do mensalão. Teriam ocorrido três transferências: duas no valor de R$8 mil e uma de R$6 mil.
O advogado de Freud contestou ontem a informação de que, durante a acareação com seu cliente, dia 18 de setembro, o petista Gedimar Passos tenha mantido a acusação de que era a mando de Freud que ele faria o pagamento de R$1,7 milhão pelo dossiê. De acordo com Augusto Botelho, o auto de acareação registra, no início, o que os envolvidos disseram em depoimentos anteriores e não as declarações dos acareados:
¿- Quando Gedimar foi instado a se manifestar, ele optou por permanecer em silêncio e não acusou Freud. Foi um pequeno erro de interpretação.
Policiais explicaram, contudo, que a regra seguida na acareação é já iniciar indagando a um dos depoentes sobre a divergência anterior. Esses investigadores confirmam que, durante a acareação, Gedimar não inocentou Freud. Só o fez na semana passada, quando encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua defesa num processo movido pela coligação PSDB-PFL contra o presidente Lula. Na defesa, Gedimar disse que foi induzido pelo delegado Edmílson Bruno a dizer o nome de Freud. O superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz, disse que ainda não está descartada a suposta participação de Freud na compra do dossiê.