Título: LULA FALA COMO ELEITO E PREVÊ CRESCIMENTO DE ATÉ 7%
Autor: Diana Fernandes
Fonte: O Globo, 21/10/2006, O País, p. 12

O Brasil será um país muito melhor a partir de 2010, quando terminar o nosso segundo mandato¿, diz ele

DIVINÓPOLIS (MG). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva investiu ontem em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, discursou como se estivesse reeleito e prometeu um crescimento de até 7%. Ele afirmou que o Brasil estará muito melhor em 2010, ao fim do ¿nosso segundo mandato¿. Em Minas, o petista pretende ampliar sua diferença sobre Geraldo Alckmin, que ontem também fez campanha no estado, ao lado do governador reeleito, Aécio Neves, em Uberaba. Lula foi a Divinópolis e, ao discursar num comício, afirmou que deseja mais quatro anos para corrigir o que há de errado em seu governo.

¿ Se o povo me der a oportunidade de mais quatro anos, com a experiência que temos, poderemos corrigir as coisas erradas, aperfeiçoar as que estão dando certo e fazer infinitamente mais do que já fizemos.

Ao lado do vice, José Alencar, e de quatro ministros mineiros, Lula fez até promessas.

¿ O Brasil será um país muito melhor a partir de 2010, quando terminar o nosso segundo mandato.

Lula disse que sua equipe arrumou a economia do país, o que permitiu gerar emprego e dar comida à população. Ele fez um resumo do que considera avanços da sua gestão, ao citar o controle da inflação, a queda de juros e as expectativas de crescimento.

¿ É o país que fizemos até aqui que vai crescer 5%, 6%, 7% nos próximos anos ¿ prometeu, no mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o crescimento este ano pode não chegar a 4%.

Sem falar de pesquisas

O presidente não deu entrevista em Divinópolis e durante o comício não tocou em assuntos de corrupção e pesquisas eleitorais, nem citou o nome de Alckmin. Lula disse que pretendia ganhar no primeiro turno, mas que Deus fez o que era melhor:

¿ Deus fez as coisas certas, para que o povo visse a diferença entre os dois projetos de governo. Para que o povo possa, na sua sabedoria, decidir quem quer como presidente.

Além do vice, os mineiros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Hélio Costa (Comunicações), Luiz Dulci (Secretaria da Presidência), Walfrido Mares Guia (Turismo) e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimental, acompanharam o presidente.

Coube aos aliados jogar farpas contra os adversários. Alencar, numa resposta indireta à declaração de Alckmin de que o segundo governo Lula terminaria assim que o presidente tomasse posse, lembrou a eleição de Juscelino Kubitschek, quando a UDN, tendo à frente Carlos Lacerda, lutava contra ele.

¿ Eles diziam que Juscelino não ser podia ser candidato e Juscelino foi. Que não podia ganhar, mas ganhou. Que Juscelino não iria governar, mas ele governou. E governou porque teve o povo ao seu lado, o mesmo povo que hoje quer a democracia fortalecida e que Lula tenha uma vitória exuberante, que pode chegar a 30 milhões de votos de diferença ¿ disse Alencar.