Título: Governo blinda a capital após ataque a militares
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Fonte: O Globo, 21/10/2006, O Mundo, p. 43

Ao menos 30 blitzes caçam suspeitos

BOGOTÁ. A situação em Bogotá é mais tensa que o habitual desde que um carro-bomba explodiu no coração do Exército, no maior complexo das Forças Armadas. O atentado ocorreu num estacionamento reservado a generais, a cerca de cem metros da sede da inteligência e contra-inteligência militar.

Por toda a capital, onde vivem seis milhões de pessoas, há cerca de 30 blitzes policiais e militares em busca de suspeitos de ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente Alvaro Uribe acusou oficialmente as Farc pelo ataque, com base em informações levantadas através de um e-mail interceptado pelos setores de inteligência das Forças Armadas. As autoridades estão oferecendo uma recompensa de 1 milhão de pesos colombianos (ou US$400 mil) por informações que levem aos autores do atentado. O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse que a população não precisa temer porque Bogotá será blindada.

Só que o atentado ocorreu justamente dentro da área onde fica um dos comandos do Exército. Um dos aspectos apontados foi falha na segurança: o carro-bomba havia sido conduzido por um homem descrito como forte e usando uniforme da Marinha, que teria usado credenciais falsas. Ele poderá ser descrito por retrato falado, já que nem o sistema de câmeras do local funcionava na hora do atentado.

O gerente de tecnologia do jornal ¿El Tiempo¿, o maior diário colombiano, que estava na área militar durante a explosão, revelou em artigo publicado ontem no jornal que há alguns dias ele e os colegas haviam comentado que a segurança da Escola Superior de Guerra, onde ocorreu o atentado, deixava a desejar.

¿ Nunca havia estado tão perto, a apenas cerca de 30 metros, de um local de explosão, de um ato que poderia ter custado a vida de várias pessoas que ali estavam -¿ contou Guillermo Santos.