Título: CABRAL BUSCA APOIO DE ADVERSÁRIOS EM NITERÓI
Autor: Cláudia Lamego
Fonte: O Globo, 25/10/2006, O País, p. 16

Em Nova Iguaçu, candidato ficou irritado quando foi questionado sobre casal Garotinho

De olho em um melhor desempenho em Niterói, onde ficou em segundo lugar no primeiro turno, o candidato ao governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), encontrou-se ontem com lideranças locais tradicionalmente adversárias. O primeiro compromisso foi com o ex-prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT), que o recebeu em frente ao Museu de Arte Contemporânea (MAC) para declarar o seu apoio. Em seguida, Cabral participou de um ato com idosos ao lado do prefeito Godofredo Pinto (PT), no Clube Canto do Rio, e do presidente da Câmara, José Vicente, do PPS, partido da adversária Denise Frossard.

Perguntado sobre as alianças que formou no município, o senador classificou o grupo como força progressista.

- O calendário é estadual - resumiu Cabral, que durante seu discurso se esqueceu de citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causando constrangimento e voltando logo depois ao microfone para lembrar do seu aliado.

Mais cedo, Cabral participou de um almoço com empresários em Nova Iguaçu e afirmou que o setor "não será mais incomodado por fiscais do ICMS". Ele disse que, caso seja eleito, isentará do imposto quem fatura até R$400 mil por ano e aplicará alíquota de 2% sobre o excedente de empresas com faturamento de até R$2,4 milhões.

"Eu não faço governo para romper ou não romper"

O encontro foi organizado pelo deputado federal Nelson Bornier (PMDB), aliado do candidato à presidência Geraldo Alckmin (PSDB). Cabral tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No estacionamento, carros e Kombis tinham adesivos de Cabral e Alckmin juntos. O senador ficou irritado quando foi perguntado sobre o assunto:

- Tem algum material do Alckmin aí dentro (do restaurante)? Aqui é só Sérgio Cabral. Não posso fazer nada (em relação aos adesivos).

Cabral também ficou nervoso quando foi perguntado sobre a declaração do deputado estadual Paulo Ramos (PDT), que afirmou ter expectativa de que Cabral rompa a aliança com o casal Garotinho:

- Eu não faço governo para romper ou não romper. Não venha com pergunta maliciosa (referindo-se ao repórter). Com pergunta capciosa, melhor dizendo. É uma pergunta absolutamente maldosa.