Título: TAXAS COBRADAS POR BANCOS SUBIRAM EM SETEMBRO DEVIDO A CLIMA ELEITORAL
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Fonte: O Globo, 25/10/2006, Economia, p. 29
'Spread' bancário cresceu 0,5 ponto percentual, apesar de Selic menor
BRASÍLIA. A turbulência no mercado financeiro em setembro, refletindo novo escândalo político e incertezas internacionais, fez com que os bancos ficassem cautelosos e elevassem sua margem de lucro na concessão de financiamentos. A alta do spread bancário (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e a taxa cobrada dos clientes) para os consumidores foi de 0,5 ponto percentual e impediu que o recuo detectado no custo dos empréstimos, na carona das 11 quedas consecutivas da taxa básica Selic, tivesse impacto maior nas contas das famílias. Mesmo assim, os juros cobrados das pessoas físicas caíram 0,1 ponto, para 53,8% ao ano -- recorde da série histórica, iniciada em julho de 1994.
Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), os spreads para pessoas físicas passaram a 40,1 pontos percentuais no mês passado. Para as empresas, o avanço foi de 0,1 ponto, para 13,5 pontos.
Na média, considerando também as empresas, os juros recuaram 0,4 ponto percentual no mês passado, para 41,5% ao ano, o menor patamar desde 2000. A taxa média das empresas isoladamente diminuiu 0,6 ponto percentual, para 27,3% ao ano, o menor nível desde outubro passado (23,5% anuais).
- Numa visão mais geral, ainda há espaço para mais reduções (do spread), até porque a Selic tem caído também - disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
No mês passado, houve maior turbulência no mercado financeiro devido ao clima quente das eleições. O cenário internacional também ficou mais sensível, o que acabou elevando as taxas de juros no mercado para a captação dos bancos durante curto período. Elas já recuaram.