Título: ALCKMIN: `A MARCA DA CAMPANHA DE LULA FOI A MENTIRA¿
Autor: Crstiane Jungblut
Fonte: O Globo, 28/10/2006, O País, p. 12B

Candidato ataca petista por criticar privatização mas prever concessão de rodovias federais em seu plano de governo

No dia do último debate na TV entre os candidatos à Presidência, Geraldo Alckmin, do PSDB, criticou a campanha do adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que foi mentirosa. Segundo o tucano, Lula combatia a privatização, mas seu plano de governo na área de transportes prevê concessões de rodovias à iniciativa privada:

¿ Uma marca dessa campanha do Lula e do PT foi a mentira. Hoje está nos jornais que eles vão privatizar as estradas. É tudo só para ganhar voto, não há compromisso com a verdade ¿ atacou Alckmin, ao desembarcar no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, ontem à tarde.

Sobre as críticas do ex-ministro Delfim Netto, que chamou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de farsante, o candidato não poupou indiretas ao deputado, que não se reelegeu.

¿ Farsante, mas não assinou o AI-5. Não foi cúmplice da ditadura e não é farsante ¿ reagiu Alckmin, que voltou a criticar a demora na divulgação da origem do dossiê.

Na reta final, o tucano promete continuar em busca de votos, na tentativa de reverter o resultado das pesquisas, que dão a Lula vantagem de mais de 20%.

¿ Vou conversar com as pessoas até domingo. O que vale é a eleição, falar a verdade, mostrar que o Brasil pode ir melhor e ter governo sério ¿ disse.

Sobre a apreensão de uma mala com R$100 mil, na Paraíba, com dinheiro que seria distribuído para aliados do governador Cássio Cunha Lima, que tenta a reeleição pelo PSDB, o candidato foi direto em relação às providências:

¿ Apurar e punir ¿ resumiu o tucano, que também teve de responder sobre denúncia envolvendo representante do seu partido, em Minas, acusada de montar farsa, apresentando um laranja que afirmara ter levado dinheiro para comprar o dossiê.

¿ Vamos responder a todas as perguntas ¿ afirmou.

Ao entrar num hotel na Barra da Tijuca, onde ficou concentrado até sair para o debate da TV Globo, o candidato falou sobre as expectativas para o confronto com o petista:

¿ Preparação? São 30 anos. Não adianta estudar em véspera de prova. São experiências acumuladas, como prefeito, deputado, governador, co-piloto do Mario Covas (ex-governador de São Paulo, morto em 2001), que foi um bom comandante. Isso nos mostra os caminhos que a gente deve trilhar ¿ explicou Alckmin, que passou a tarde ao lado da família e se recusou a comentar a hipótese de ter menos votos no segundo turno.

* do Extra