Título: ALOPRADOS¿ RECORREM AO STF ANTES DE DEPOR NA CPI
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 28/10/2006, O País, p. 18

Lorenzetti e Gedimar querem garantir condição de investigados e pedem para ficar em silêncio

BRASÍLIA. Dois dos investigados que serão ouvidos pela CPI dos Sanguessugas na terça-feira por terem participado da tentativa de comprar um dossiê contra políticos tucanos entraram no Supremo Tribunal Federal com pedidos de hábeas-corpus. O ex-chefe do serviço de inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula Jorge Lorenzetti e o policial aposentado Gedimar Passos, que foi preso pela Polícia Federal num hotel em São Paulo, querem garantir o direito de prestar depoimento na condição de investigados. Eles foram chamados de ¿aloprados¿ pelo presidente Lula.

Lorenzetti não quer ser obrigado a assinar o termo de compromisso, pede para ter assegurado o direito ao silêncio, a fim de não se auto-incriminar, e de ser acompanhado por seu advogado no depoimento. Gedimar solicita uma liminar para ter o direito a permanecer calado na CPI.

Lorenzetti foi apontado no relatório preliminar da Polícia Federal sobre o caso como o chefe da operação. Os advogados de Gedimar alegam que ele pode ¿sofrer a mesma represália e o mesmo constrangimento¿ pelo qual diz ter passado quando foi ouvido pela PF. Gedimar está sendo investigado sob a suspeita de ter praticado crimes previstos na lei de lavagem de dinheiro e por supressão de documento.

Os defensores do policial aposentado lembram que a Justiça Federal já determinou duas vezes sua prisão temporária e que ele chegou a ser detido com os R$1,7 milhão que seriam entregues ao empresário Luiz Antônio Vedoin em troca dos papéis que supostamente comprometeriam os tucanos com o escândalo das vendas superfaturadas de ambulâncias.