Título: ADMISSÃO, GINASIAL, CLÁSSICO... HAJA `DECOREBA¿
Autor: Ruben Berta
Fonte: O Globo, 29/10/2006, Rio, p. 39

Ensino brasileiro já teve nomenclatura alterada várias vezes

Os mais velhos se recordam bem: está longe de ser a primeira vez que mudanças de nomenclatura mexem com a cabeça de pais e alunos. A professora da Faculdade de Educação da Uerj Bertha do Valle lembra que no Rio de Janeiro, até 1960, o atual ensino fundamental já foi de nove anos: quatro de primário; um de admissão; e mais quatro do ginásio. Para o equivalente ao ensino médio, havia quatro opções: normal; clássico; científico e técnico.

Com a chegada de Carlos Lacerda ao governo do então Estado da Guanabara, as regras mudaram em 1961: o atual fundamental passou a ter dez anos e dez níveis. A regra valeu até 1972, quando, em todo o país, passou a valer o ensino fundamental obrigatório de oito anos (1º grau, de 7 a 14 anos de idade). A transição, segundo Bertha, foi traumática:

¿ Os alunos que estavam, por exemplo, nos níveis 4, 5 e 6 foram todos concentrados na 5ª série do 1º grau.

A última mudança, antes da lei sancionada este ano, havia acontecido com o advento da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996. O 1º grau recebeu o nome de ensino fundamental e o 2º grau, de ensino médio.

Mesmo com a nova lei, ainda haverá diferenças. A rede municipal do Rio, por exemplo, adotou o fundamental de nove anos em 2000, mas possui um sistema de ciclos. O primeiro ciclo de formação (infância) vai dos 6 aos 8 anos. O segundo (pré-adolescência), de 9 a 11 anos; e o terceiro (adolescência), dos 12 aos 14 anos.