Título: DILMA: META DE INFLAÇÃO SERÁ MANTIDA
Autor: Martha Beck
Fonte: O Globo, 31/10/2006, O País, p. 8
BRASÍLIA. A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, em entrevista à rádio CBN, que o governo manterá o que chamou de pilares da política econômica ¿ o regime de metas de inflação e o superávit primário (receitas menos despesas, descontados os juros da dívida) de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Ela revelou, porém, que o crescimento da economia será uma das metas centrais do governo, proposta que coincide com que o vem defendendo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
¿ O regime de metas de inflação continuará fundamentando nossa política econômica, justamente porque nesta área tivemos muito sucesso. Também faremos uma gestão bastante rígida do gasto público. Os 4,25% de superávit primário serão mantidos, mas serão aprofundadas reformas. Não teremos a mesma política do passado ¿ afirmou a ministra. ¿ É possível, mantendo todas as conquistas anteriores, notadamente a questão da robustez fiscal, o controle da inflação e a proteção contra choques nos mercados internacionais, almejar uma política de crescimento econômico e ter isso como uma das metas centrais do governo.
Dilma destacou que a realidade mudou e, ao contrário do primeiro mandato do governo Lula, quando foi necessário um esforço fiscal para controlar a inflação e reduzir o risco-país, agora já é possível pensar em aumentar investimentos em infra-estrutura. Mas isso, segundo ela, não significa uma política expansionista. Ao contrário, disse a ministra, o governo terá como foco prioritário uma rígida gestão do gasto público.
¿ Teremos que dar maior eficácia e eficiência aos gastos públicos e enxugar a máquina, para que possamos investir.
Ela negou que o governo esteja pensando em um choque de gestão:
¿ Não somos adeptos de choques de gestão, de medidas abruptas e de pirotecnias. Precisamos ter uma política de investimentos em infra-estrutura que viabilize o crescimento de 5% do PIB.