Título: Astério é cotado para Secretaria de Segurança
Autor: Carla Rocha, Celia Costa, Fernanda Pontes e Sergio
Fonte: O Globo, 31/10/2006, Rio, p. 17

Pasta da Saúde já tem quatro nomes com chances; na Educação, são dois os citados com mais probabilidades

e Sérgio Ramalho

A dois meses do início do próximo governo do estado, os aliados do recém-eleito governador do Rio, Sérgio Cabral, já deram início a uma disputadíssima corrida pelos cargos mais importantes. A competição é mais acirrada para ocupar as secretarias mais cotadas e de maior orçamento, como as de Saúde, Educação e Segurança.

O principal nome para assumir a Secretaria de Segurança é Astério Pereira dos Santos, de 58 anos, que tem a seu favor a experiência acumulada na Polícia Militar, no Ministério Público e, atualmente, na Secretaria de Administração Penitenciária. Oficial da reserva da PM e promotor licenciado, Astério foi elogiado por Sérgio Cabral durante entrevista na CBN, ontem.

A confirmação do nome dele para assumir a pasta no próximo governo depende de amparo judicial. Integrante do MP, Astério, em tese, não poderia assumir. Uma decisão do Conselho Superior do Ministério Público proíbe promotores e procuradores de ocuparem cargos no Executivo. Ele se mantém como secretário amparado por medida judicial.

Vários nomes cotados para outras pastas

Na Saúde, há quatro nomes no páreo, mas um sai na frente: o do secretário de Duque de Caxias, Oscar Berro, que atuou nos governos Rosinha e Garotinho, e foi um dos técnicos que participaram da elaboração do programa de governo de Cabral. Outro cotado é o sindicalista Luiz Roberto Tenório, ligado ao PT e atual secretário de Niterói, que tem um leque grande de apoio.

O terceiro seria o médico Sérgio Côrtes, diretor do Instituto de Traumato-Ortopedia (Into) e que foi coordenador da intervenção federal nos hospitais do Rio. Ele foi ameaçado de morte e sofreu vários atentados, mas não abandonou o cargo.

Correndo por fora na disputa, está o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o vereador Carlos Eduardo, atualmente sem partido. Egresso do PPS, Carlos Eduardo disse ter deixado o partido depois da aliança entre Cesar Maia e Denise Frossard. Ele teria se reunido com Cabral e apontado os vários problemas da área da saúde.

¿ Vi que ele tem vontade de mudar ¿ disse o vereador.

Negando que tenha sido sondado para assumir a pasta, Oscar Berro fala sobre projetos do futuro governo. Um dos principais pilares, segundo ele, é o cumprimento e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), com total integração das três esferas de governo ¿ federal, estadual e municipal.

Na área de educação, o primeiro nome citado é o de Cláudio Mendonça, ex-secretário estadual de Educação de Rosinha. No entanto, durante um encontro o Rio, lideranças católicas teriam sugerido a Cabral o nome do ex-deputado Carlos Dias, que o acompanhou no evento, onde estiveram bispos do estado. Ligado à Igreja Católica, Dias esteve ao lado de Cabral na campanha:

¿ Conversei com ele (Sérgio Cabral) hoje de manhã e ele me disse que vou estar no governo, ao lado dele. Mas não houve qualquer convite oficial para esta ou aquela pasta. Nunca falamos sobre isso ¿ desconversou, ontem, Carlos Dias.

Pule de dez é uma possível indicação do deputado Carlos Minc (PT) para o cargo de secretário estadual de Meio Ambiente. Amigo de Cabral, Minc não confirmou o convite ou mesmo se aceitaria uma eventual proposta, afirmando apenas que está ¿inclinado a ficar na Alerj¿.

¿ O convite não foi feito. Não existe nada de concreto sobre o assunto. O PT também não resolveu de que forma vai participar do novo governo. Tudo que foi dito agora são apenas especulações ¿ disse Carlos Minc.

Há quem fale ainda que Luiz Paulo Conde, atual secretário, poderia permanecer à frente da pasta em reconhecimento a seu trabalho, principalmente na reorganização do cronograma do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), cuja conclusão está prevista para 2008. Na área de Transportes, segundo deputados, a aposta é a permanência do atual secretário Albuíno Azeredo, que seria o ¿mais preparado¿ tecnicamente para ocupar o cargo e dar continuidade às obras do metrô.