Título: BASTOS: GOVERNO PREZA LIBERDADE DE IMPRENSA
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Fonte: O Globo, 01/11/2006, O País, p. 14

Ministro nega que PF tenha tentado quebrar o sigilo da fonte

BRASÍLIA e SALVADOR. Depois de pedir ao redator-chefe de ¿Veja¿, Mário Sabino, que faça uma representação sobre a conduta do delegado Moysés Eduardo Oliveira, que tomou depoimento de repórteres, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a liberdade de imprensa é um valor prezado pelo governo, e que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ¿é um produto da imprensa livre¿.

¿ E nós defendemos (a liberdade de imprensa) e levaremos essa defesa até as últimas conseqüências.

Ele negou que a PF tenha tentado, com o interrogatório, quebrar o sigilo da fonte das reportagens da revista. Segundo o ministro, o sigilo de fonte é ¿forte como deve ser o sigilo de um padre e de um advogado, que não deve ser quebrado¿.

O caso repercute no Congresso

O caso repercutiu no Congresso. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), anunciou que pretende encaminhar à mesa da Casa na próxima semana requerimento de convocação do ministro da Justiça, e a liderança do PSDB denunciou ¿graves agressões¿ à liberdade de imprensa. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), negou que a PF tenha agido contra a liberdade de imprensa.

A assessoria de imprensa do ministro explicou ao GLOBO que Mário Sabino não pôde falar com o ministro imediatamente porque ele estava viajando para Salvador.

¿ Quando o ministro foi informado da situação, por volta das 13h, ligou para Sabino e disse que não iria tolerar nenhum abuso e que se os jornalistas se sentissem prejudicados, poderiam encaminhar uma representação a ele para tomada de providências ¿ disse a assessora.

Segundo o ministério, a PF queria ouvir os jornalistas apenas como testemunhas de uma investigação que objetiva saber se houve algum crime no suposto contato de Gedimar Passos com Freud Godoy.