Título: ROSINHA FALA EM CONTINUIDADE
Autor: Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 01/11/2006, Rio, p. 18

Governadora nega que estado enfrente problemas financeiros

Após duas horas de reunião, o governador eleito Sérgio Cabral e a governadora Rosinha Garotinho anunciaram ontem, oficialmente, os coordenadores da transição do governo. Serão o vice-governador eleito Luiz Fernando Pezão e o secretário estadual da Receita, Antônio Francisco Neto. O encontro terminou em constrangimento. Durante a entrevista, Rosinha afirmou que espera um governo de continuidade, característica que Cabral negou durante a campanha. Ele encerrou a entrevista e foi embora sem comentar a frase. Do lado de fora do Palácio Laranjeiras, um grupo de funcionários do Sistema Nacional de Emprego (Sine) fez um protesto contra demissões.

¿ Vi a vitória de Sérgio Cabral com muita felicidade. Nós somos pessoas diferentes, porque cada um é um na sua individualidade, mas a população elegeu o Sérgio para ele continuar a fazer o estado crescer, da forma que já vem crescendo. Para continuar a gerar empregos para a população, como já vem acontecendo. Para ir dando qualidade a tudo que é implantado, porque todas as coisas que são implantadas precisam ir melhorando cada vez mais. A população espera que Sérgio Cabral possa continuar com o desenvolvimento do estado ¿ disse Rosinha.

Ao ser perguntado se o seu governo daria continuidade ao atual, Sérgio Cabral ficou em silêncio.

A reunião no Palácio Laranjeiras começou às 9h15m. Cabral chegou acompanhado da mulher, Adriana, de Luiz Fernando e sua mulher, Maria Lúcia. O ex-governador Anthony Garotinho também estava presente.

Sérgio Cabral diz que reunião foi proveitosa

Cabral e Rosinha só concederam entrevista ao fim do encontro, por volta de 11h. Antes da afirmação da governadora de que esperava continuidade, o governador eleito disse que a reunião tinha sido proveitosa:

¿ Foi uma visita de cortesia, de amizade. Feita por Adriana e por mim, pela Maria Lúcia e pelo Pezão ao casal amigo Rosinha e Garotinho. Uma visita de amigos, fraterna, e ao mesmo tempo uma troca de idéias sobre questões do estado.

Rosinha elogiou a escolha de Luiz Fernando como coordenador da transição, porque ele foi secretário do governo e conhece a estrutura do estado. Sobre a redução do número de secretarias, anunciada anteontem por Cabral, a governadora lembrou que também fez mudanças no organograma do governo. Ela negou que sua administração tenha problemas de caixa, como vem sendo noticiado:

¿ Não sei onde tem essa situação e essas informações. A situação do estado não é complicada. Tanto que estamos realizando inúmeras obras e pagando em dia aos funcionários.

Na próxima semana, a governadora apresenta ao novo governador os outros integrantes da equipe de transição. Cabral voltou a dizer que ainda estuda quem serão seus secretários:

¿ Não terei nenhuma precipitação no anúncio de nomes, até que esses estudos e essas informações sejam detalhados. Acho que vai ser uma transição como o povo do Rio deseja. Uma transição pacífica, positiva.

Tanto na entrada como na saída, Cabral passou por um grupo de manifestantes que trabalham no Sine. Eles estão em greve desde a terça-feira passada. Embora o Sine seja de responsabilidade da União, o estado é quem paga os salários dos funcionários. Eles informaram que terão que deixar os cargos até dia 28 de fevereiro, por força de uma decisão judicial, que exige que os empregados sejam concursados. O sistema é responsável, entre outras ações, pela emissão de carteiras de trabalho.

¿ Não queremos aumento. Queremos apenas que o governo encontre uma saída para mantermos o nosso emprego ¿ disse a representante do grupo, Valéria Tatsch.