Título: QUATRO VAGAS PARA QUITAR DÍVIDA DA ELEIÇÃO COM PMDB
Autor: Regina Alvarez e Luiza Damé
Fonte: O Globo, 04/11/2006, O País, p. 4

PSB, PCdoB, PP e PL também entram no rateio entre partidos

BRASÍLIA. Para o PMDB, o presidente deve destinar, no mínimo, quatro ministérios, quitando as dívidas políticas que contraiu com os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) e com os governadores eleitos do Rio, Sérgio Cabral, e do Paraná, Roberto Requião.

No rateio entre os partidos, o PSB deve reivindicar dois ministérios, pela boa performance obtida nas urnas. Enquanto PCdoB, PP e PL ficariam, cada um, com uma pasta.

Por esse desenho, estariam vagos os ministérios da Agricultura ¿ que pode ser ocupado pelo ex-ministro Delfim Neto ou por um indicado do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, aliado de última hora de Lula, mas com grande prestígio no Palácio do Planalto pela virada de votos dos agricultores. O Ministério da Educação, que tem um técnico no comando, embora bem avaliado pelo Presidente. E o Ministério da Previdência, que se encontra nessa mesma situação, mas é objeto do desejo do megaempresário Jorge Gerdau, que Lula gostaria muito de atrair para o governo.

Entre os preferidos do presidente estão Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que já avisou que não fica; Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Gilberto Gil (Cultura). Esses só saem se quiserem. Também haverá espaço na Esplanada para Ciro Gomes, se assim o deputado eleito desejar, já que Lula o inclui no grupo daqueles com quem tem dívida de gratidão.

Há ainda a necessidade arrumar novos postos para figuras influentes, que devem deixar os cargos pelo desgaste de imagem no primeiro mandato. Nessa lista estão o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, que será deslocado para um posto fora do Planalto, e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, envolvido no episódio da dívida de Lula com o PT, revelada nas investigações do mensalão.