Título: NA ÍNDIA, COMPRAS E FUSÕES DENTRO E FORA DO PAÍS
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 06/11/2006, Economia, p. 19

Setor de TI na origem do processo

BOMBAIM. As empresas indianas estão cada vez mais insaciáveis nas aquisições dentro e fora do país. No primeiro semestre deste ano, o valor de compras e fusões chegou a US$25,6 bilhões. No mesmo período do ano passado, foram apenas US$8 bilhões. O avanço ocorre em diferentes frentes: exploração de petróleo, banco, componentes automotivos, chás, telecomunicações, biotecnologia, entretenimento.

¿ A globalização tem dado uma nova dimensão às empresas indianas, que estabeleceram sua presença no mercado mundial em muito pouco tempo ¿ afirmou o ministro do Comércio indiano, Kamal Nath.

Nos anos 90, quando teve o início a liberalização da economia indiana, o setor que primeiro incluiu a Índia no mapa global de empresas dinâmicas foi o de tecnologia da informação (TI). Mais recentemente, o destaque tem sido as farmacêuticas: com foco na produção de genéricos, as indianas ocupam a quarta posição mundial em volume de vendas e o 13º lugar em valor de negócios no setor. Depois de três compras feitas na Europa no inicio do ano, a Ranbaxy, líder do setor na Índia, quer estar entre as cinco maiores produtoras de genéricos do mundo até 2012.

No setor público, a gigante petrolífera ONGC está em 13 países, como Austrália, Iraque e Rússia. E é impossível viver na Índia sem conhecer os Tata. Maior corporação privada indiana, o Grupo Tata, com seus 104 anos, é um dos competidores mais agressivos na arena internacional. As empresas do grupo desembolsaram, nos últimos anos, US$4 bilhões para comprar 19 rivais estrangeiras em setores que vão de produção de carros a chás. E o líder desse império indiano, Ratan Tata, acaba de fazer sua maior investida: a compra, por US$7,5 bilhões, da siderúrgica anglo-holandesa Corus.