Título: Lula cobra rapidez na execução de obras para acelerar desenvolvimento
Autor: Cristiane Jungblut e Luiza Damé
Fonte: O Globo, 07/11/2006, O País, p. 4

Presidente avisa que vai tratar pessoalmente da agenda de infra-estrutura

BRASÍLIA. Com a meta de chegar a um crescimento de 5% em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em reunião com ministros da coordenação política do governo, que é preciso acelerar a execução de obras na área de infra-estrutura ¿ as que estão em andamento ou paradas ¿ para garantir que haja condições para o desenvolvimento. Ele quer tratar pessoalmente dessa agenda com os ministros da área, a partir de hoje, além de retomar as visitas às obras.

Hoje, no Planalto, Lula se reúne com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, e dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos. Os dois ministérios concentram as obras mais importantes de infra-estrutura: construção de usinas hidrelétricas e termelétricas, rodovias e portos.

Depois, Lula se reunirá com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com dirigentes do Ibama para analisar os problemas jurídicos e ambientais que estão dificultando ou atrasando a execução de obras, principalmente de hidrelétricas. Lula sabe das limitações impostas pela legislação ambiental, mas vai cobrar maior agilidade na liberação de autorizações para obras consideradas importantes.

Reuniões setoriais para tratar de gargalos

Na reunião de ontem no Planalto, o presidente disse aos ministros que fará constantes reuniões setoriais para tratar dos gargalos na área da infra-estrutura. Lula também está preocupado com problemas de curto prazo, como as condições das estradas nas festas deste fim de ano. No encontro com o ministro dos Transportes, pedirá um balanço da Operação Tapa-Buracos iniciada em janeiro.

Participaram da reunião o vice-presidente José Alencar e os ministros Guido Mantega (Fazenda), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça).

Além da retomada das obras, o presidente tem entre suas prioridades a formação do governo de coalizão. Ele vai negociar pessoalmente com governadores e partidos aliados. Hoje de manhã, reúne-se com o governador reeleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que só na reta final do segundo turno assumiu publicamente a parceria com o presidente.

O presidente se encontra ainda com o líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio (PE). Com isso, Lula evitou receber o presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou em 2005 a existência do mensalão. O presidente tem dito que quer discutir o governo de coalizão com os representantes dos partidos no Congresso, ou seja, com os políticos que têm votos.

Mais tarde, Lula ainda se encontra com o senador José Maranhão (PMDB-PB), que saiu derrotado na disputa pelo governo da Paraíba, mas ainda tem influência sobre parcela da bancada nordestina do PMDB.

Lula avisou aos ministros políticos ontem que não tem pressa para fechar o novo ministério. A expectativa é que ele anuncie os novos ministros antes do Natal. Segundo um dos ministros, Lula ¿vai liderar as negociações, mas não tem pressa e não tende a antecipar o ministério¿.