Título: DESCONFIANÇA DA URNA ELETRÔNICA
Autor: José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 07/11/2006, O Mundo, p. 27

DENVER, Colorado. Mais do que a guerra no Iraque ¿ usada de uma forma ou de outra como argumento por republicanos e democratas ¿ o que parece amedrontar os americanos nesta eleição é uma velha conhecida dos brasileiros: a urna eletrônica. O dispositivo adotado por muitos estados como forma de agilizar a votação e a apuração vem dividindo os eleitores, é alvo de várias campanhas de esclarecimento e tema de programas na TV.

A desconfiança é tamanha que muitos estados adotaram um modelo que imprime uma cópia do voto ¿ tudo para que o eleitor tenha certeza de que suas preferências foram mesmo registradas.

¿ Leva tempo para as pessoas ficarem à vontade com a tecnologia ¿ acredita John Gaydeski, diretor-executivo da Comissão Eleitoral de Denver.

Para evitar longas filas, a capital do Colorado adotou várias medidas: estendeu o voto por correio a quem quisesse, abriu seções eleitorais para votação antecipada e criou centros nos quais qualquer pessoa da cidade poderá votar longe do bairro em que residam.

Além de escolherem candidatos para cargos eletivos, os moradores de Denver vão ainda se manifestar sobre 17 iniciativas, que vão da permissão de porte de maconha ao casamento gay. A Comissão Eleitoral tem uma previsão otimista e acredita que cada eleitor levará sete minutos, em média, para votar. Mas o próprio diretor de Comunicações, Alton Dillard, admite que muitos saem de casa sem ter lido a respeito das propostas, deixando a tarefa para o momento da votação. Isso pode elevar o tempo gasto para, pelo menos, 20 minutos.

A repórter viajou a convite do Departamento de Estado dos EUA